Por Augusto Nunes
Lula completou 300 dias de
silêncio sobre o caso de polícia que protagonizou ao lado da segunda dama
Rosemary Noronha. Faltam 65 para o recorde vergonhoso: um ano inteiro de mudez
malandra. A razão da fuga é evidente: depois de escapar de tantos escândalos, o
ex-presidente enfim se meteu numa bandalheira que não pode ser terceirizada nem
assumida por algum devoto. Desta vez, a patifaria é pessoal e intransferível.
Rose foi, é e sempre será coisa de Lula. Ponto.
Por falta de álibis a
recitar, é provável que o artista da chanchada pornopolítica tente continuar
calado até o fim dos tempos. Foi ele quem alojou uma delinquente de estimação
no escritório paulista da Presidência. Foi ele quem infiltrou na diretoria de
agências reguladoras parceiros de quadrilha indicados por Rose. Como não tem o
que dizer, o jeito é fazer de conta que não conhece nem de vista a Primeiríssima
Amiga. E não decorou sequer o prenome dos meliantes que apadrinhou.
Quase um ano depois da
dolorosa separação provocada pela Polícia Federal, Rose continua sumida. Nunca
falou em público sobre as pilantragens que lhe custaram o emprego e a poltrona
cativa no AeroLula, fora o resto. Orientada pelo batalhão de advogados
mobilizado pelo benfeitor, só fala quando convocada para depor pela Polícia
Federal ou pelo Ministério Público.
Até agora, os
investigadores e os promotores de Justiça não revelaram o que ouviram. O país
que presta quer saber até quando os encarregados de fazer justiça seguirão
engajados na conspiração do silêncio. Quer saber o que Rose já confessou,
quanto a quadrilha roubou, que fim levou o dinheiro, como andam os processos e o
que virá por aí. O país quer saber, sobretudo, o que esperam os homens da lei
para intimar o ex-presidente e forçá-lo a recuperar a voz.
Lula não é inimputável. Já
que não conversa sobre o assunto com jornalistas, que seja obrigado a abrir o
bico em delegacia e tribunais.
Fonte: "Direto ao Ponto"
Nenhum comentário:
Postar um comentário