O Museu Regional de Arte (fachada interna, na foto), órgão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que tem em seu inventário obras que compõem um acervo que encanta pela qualidade, pelo valor histórico e lucidez dos que se lançaram na aventura de trazer para Feira de Santana no distante ano da de 1967, há 46 anos, tão significativo patrimônio, continua fechado.
O importante patrimônio não vem tendo a devida atenção da
gestão petista.
O Museu Regional de Arte
está fechado desde que o artista plástico e professor Gil Mário Menezes
foi afastado da direção pela administração petista,
depois de 16 anos de profícua e significativa atuação.
O espaço está artisticamente
morto, sem nenhuma exposição realizada, sem nenhuma possibilidade de visitação
ao rico acervo de obras. O Museu Regional de Arte está fechado
há mais de dois anos.
Acervo
No acervo original do Museu, 114 obras documentadas,
incluindo a Coleção Inglesa.
Com inventário museológico, dentro de critérios técnicos,
realizado na gestão do diretor Gil Mário Menezes, a identificação de 286 peças,
incluindo as incorporadas e elencadas mais recentemente. O Museu é reconhecido
pelo Conselho Internacional de Museus.
Referência para a cidade
Fundado em 26 de março de 1967, o Museu Regional de Feira de
Santana, como era então denominado, influenciou várias gerações de artistas
locais, transformando-se em uma referência para a cidade, sobretudo pela
possibilidade de diálogo com a produção plástica do século XX.
A presença da vanguarda inglesa entre gibões e malas de
couro (parte do acervo representava a cultura popular da região), embora pouco
compreendida pela maioria, sempre foi motivo de orgulho para o feirense.
Em 1951, Feira de Santana conhecia a primeira exposição de Arte Moderna, organizada pelo intelectual Dival Pitombo e pelo artista Raimundo de Oliveira. No início de 1960, começava a descobrir trabalhos de artistas como Juraci Dórea, Aderbal Moura e Carlo Barbosa. A criação do Museu Regional o marco fundamental para colocar Feira de Santana no circuito das artes plásticas brasileiras.
As coleções
Em 1951, Feira de Santana conhecia a primeira exposição de Arte Moderna, organizada pelo intelectual Dival Pitombo e pelo artista Raimundo de Oliveira. No início de 1960, começava a descobrir trabalhos de artistas como Juraci Dórea, Aderbal Moura e Carlo Barbosa. A criação do Museu Regional o marco fundamental para colocar Feira de Santana no circuito das artes plásticas brasileiras.
As coleções
Transferido para o Cuca em 1995, o equipamento passou a ser
denominado Museu Regional de Arte, desmembrando o acervo - a parte regional foi
para a Casa do Sertão, no campus da Uefs -, dedicado apenas às artes visuais.
O atual acervo do Museu - que há mais de dois anos não pode
ser visto, nem se tem conhecimento de como está sendo tratado - é composto de
cinco coleções. A primeira reúne quase três dezenas de quadros dos mais
representativos artistas plásticos ingleses do século XX. O conjunto, homogêneo
e harmonioso, resultou dos contatos de Assis Chateaubriand na Inglaterra, onde
foi embaixador. A segunda coleção é também dedicada à pintura, com trabalhos de
artistas brasileiros de variadas tendências. Já a terceira é voltada para o
desenho e a gravura. Pouco numerosa, mas não menos importante é a quarta
coleção, dedicada à escultura. A quinta coleção, que estava em formação, é
composta por artistas feirenses que se destacaram a partir de meados da década
de 70, como é o caso de César Romero, Graça Ramos, Gil Mário, Pedro Roberto,
dentre outros.
História
O Museu tem 46 anos de
fundado. Foi inaugurado em 26 de março de 1967, como Museu Regional, com um
acervo de cerca de 100 trabalhos, o Museu Regional de Arte desenvolveu seu
papel com a participação de abnegados dirigentes.
Segundo o artista plástico Gil
Mário, "existe uma grande polêmica sobre a criação do MRA e seus
benfeitores. Acredito que duas versões se completam: a descrição do professor
Joselito Falcão de Amorim (prefeito da época de sua inauguração) e
remanescentes de intelectuais feirenses que antecederam a inauguração".
Ele conta que segundo o
professor Amorim, "os esforços de Odorico Tavares, diretor dos Diários
Associados na Bahia, de Alaor Coutinho, secretário da Educação e Cultura do
Estado da Bahia e o apoio inconteste de Assis Chateaubriand, diretor
proprietário dos Diários Associados, doando ou incentivando a doação de 80% do
acervo primário desse Museu, além do governador Lomanto Junior, propiciaram
essa realidade".
Diz mais que
"Chateaubriand que voltava da Inglaterra onde exerceu a função de
embaixador brasileiro veio com idéia de fundar museus no Nordeste, sua região
de nascimento: chegou a realizar este sonho na Paraíba, em Campina Grande,
criando o Museu Assis Chateaubriand, em Pernambuco criou o Museu de Arte
Contemporânea na cidade de Olinda. Só faltava o de Feira de Santana na
Bahia".
"Coordenados por Joselito Amorim que já tinha promulgado a Lei 516 de 06/01/1967 criando o setor de documentação (Arquivo Público Municipal), então era o momento do registro visual. Com isso, artistas e intelectuais como Jorge Amado, Wilson Lins, Godofredo Filho, o livreiro Dermeval Chaves, entre outros, envolveram-se nesse projeto", prossegue.
A outra versão, segundo Gil Mário, "tratava da idéia de um Museu que registrasse o 'Ciclo do Couro', período que Feira evoluía em função do comércio do gado e o artista era um mero artesão decorando e criando talhas, moringas, selas e arreios, redes, carros-de-bois, carroças, utensílios da casa de farinha entre muitos outros objetos da sobrevivência. Aí o defensor era Eurico Alves Boaventura um amante da cidade com todo seu envolvimento de entroncamento rodoviário e comercial do país. Daí a inclusão do nome 'Regional', ficando o acervo no prédio da antiga Escola Normal (de 1916), apenas as coleções de Arte Moderna, mais notadamente os movimentos da Semana de 1922 até os pós-modernistas baianos, artistas que representam nosso Estado até 2008".
"Coordenados por Joselito Amorim que já tinha promulgado a Lei 516 de 06/01/1967 criando o setor de documentação (Arquivo Público Municipal), então era o momento do registro visual. Com isso, artistas e intelectuais como Jorge Amado, Wilson Lins, Godofredo Filho, o livreiro Dermeval Chaves, entre outros, envolveram-se nesse projeto", prossegue.
A outra versão, segundo Gil Mário, "tratava da idéia de um Museu que registrasse o 'Ciclo do Couro', período que Feira evoluía em função do comércio do gado e o artista era um mero artesão decorando e criando talhas, moringas, selas e arreios, redes, carros-de-bois, carroças, utensílios da casa de farinha entre muitos outros objetos da sobrevivência. Aí o defensor era Eurico Alves Boaventura um amante da cidade com todo seu envolvimento de entroncamento rodoviário e comercial do país. Daí a inclusão do nome 'Regional', ficando o acervo no prédio da antiga Escola Normal (de 1916), apenas as coleções de Arte Moderna, mais notadamente os movimentos da Semana de 1922 até os pós-modernistas baianos, artistas que representam nosso Estado até 2008".
Dival Pitombo foi o
primeiro diretor até seu falecimento em 1989. Os gerentes de museu que
sucederam Dival foram: Franklin Machado, Antônio Barreto, José Raymundo Rocha e
Gil Mário Menezes, que foi curador até agosto de 2011. Atualmente, o diretor é
o historiador Aldo José Morais Silva.
O Museu Regional de
Arte tem exemplares dos principais movimentos culturais brasileiros desde 1922
até 2010, além da importante coleção inglesa.
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