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No Domingo de Páscoa

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segunda-feira, 14 de março de 2016

Entrevista na "Tribuna da Bahia"

Na edição desta segunda-feira, 14, do jornal "Tribuna da Bahia", entrevista com o prefeito José Ronaldo de Carvalho.
"É necessário passar o Brasil a limpo", diz o prefeito de Feira de Santana
Ex-deputado estadual e federal, o gestor afirma, em entrevista exclusiva à Tribuna, que os impactos da crise econômica nos cofres da administração feirense têm sido "fortes, muito fortes"
Por
Osvaldo Lyra - Editor de Política

José Ronaldo defende mais recursos para financiar a saúde pública do país
Prefeito da segunda cidade mais populosa da Bahia, José Ronaldo é candidato natural à reeleição em outubro na disputa pela Prefeitura de Feira de Santana. 
Ex-deputado estadual e federal, o gestor afirma, em entrevista exclusiva àTribuna, que os impactos da crise econômica nos cofres da administração feirense têm sido “fortes, muito fortes”.
"É claro que isso tem nos preocupado, mas temos procurado agir com determinação, com muita coragem, para superar essas dificuldades e manter as contas da prefeitura em dia", aponta.
Ao falar das eleições deste ano, o democrata se mostrou bastante cauteloso e disse que o assunto deve entrar na pauta da cidade após a tradicional micareta, prevista para acontecer no final de abril.
Ronaldo também evitou adentrar ao assunto do cenário de crise enfrentado pelo governo federal do PT e pela presidente Dilma, mas foi incisivo ao tratar proposta de recriação da Cobrança sobre Movimentação Financeira: "Eu sou totalmente contra a recriação da CPMF".
Confira a entrevista:
Tribuna - Como o senhor avalia o seu governo em Feira de Santana?
José Ronaldo - Eu não posso avaliar pela minha cabeça. Eu posso avaliar com as sondagens, com as pesquisas que chegam e que nos mostram uma aprovação do governo entre ótimo e bom com 60% e os que aprovam são 73%. São dados que a gente tem de avaliações de institutos que chegam às nossas mãos. Números como esses estimulam a gente a continuar trabalhando, a lutar para concluir essa administração. 
Tribuna - Muita gente fala da questão de fadiga de governo devido ao tempo que seu grupo político administra a cidade. Isso é um fato que realmente incomoda?
José Ronaldo - Olhe, a oposição falar, eu aprendi a respeitar. Claro que eu tenho divergência das opiniões da oposição, mas não posso deixar de ouvir, de escutar, porque faz parte dentro de um processo político democrático que nós vivemos e é salutar à democracia.
Essa questão de tempo, não estou dizendo que eu desejo isso, mas uma vez estive em uma cidade na Alemanha e visitei a prefeitura da cidade de aproximadamente 120 mil habitantes e perguntei há quantos mandatos o prefeito estava na administração, ele respondeu que se estava há 25 anos no poder ininterruptos.
'Aqui o regime é diferente, você pode ser eleito a quantidade de mandatos que o povo for lhe renovando o mandato'. Eu acho que essa questão de a oposição argumentar isso não me incomoda de jeito nenhum. Se a gente administra e recebe a aprovação da comunidade, acho que a gente está no caminho certo.
Quem julga o homem público é o povo, não é o político que julga o político. O julgamento do político é feito pelo povo no voto livre e democrático. 
Tribuna - O que considera o maior gargalo na sua administração e o que aponta ser o maior avanço do seu governo em Feira de Santana?
José Ronaldo - Acho que os maiores avanços nesse triênio aqui são a educação, onde tivemos a atitude de construirmos escolas de grande qualidade em um número expressivo que começamos em 2013 e nunca parou, outra ação muito grande da prefeitura de Feira é na saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde e a prefeitura têm uma rede de unidades de saúde enorme e estamos entregando uma média de quatro unidades por mês, todas equipadas, e ainda mantemos aqui sete unidades de pronto atendimento 24 horas de domingo a domingo, o que proporciona em um ano, nos últimos três anos, uma média de 500 mil atendimentos.
Eu entendo que isso é uma ação corajosa da prefeitura, que se confirma com os percentuais gastos no orçamento. No ano passado, do orçamento nosso, a educação fechou com 28,2%  e a saúde fechou com 26,4%. Esses números demonstram a opção da prefeitura em investir em educação e saúde.
No campo social, nós temos também um leque de ações da Secretaria de Desenvolvimento Social, que tem órgãos que desenvolvem a realização de muitos cursos, com assistência muito grande aos idosos, que todo mundo reconhece, temos um crescimento expressivo da pasta de Desenvolvimento Social, muito grande o nosso orçamento, e é uma opção também nossa de investir no social.
Temos uma área também muito importante que é a cultural, temos mantido vários eventos, o município dispõe de dois teatros próprios que foram totalmente recuperados e estão em ótimo estado de conservação e funcionando com os artistas da terra.
Temos espetáculos em praças, avenidas, há um projeto grandioso que realizamos todo final de ano que é o Natal Encantado, onde a gente proporciona 10 dias de encontros do povo feirense com música em praça pública, temos também os meses de novembro e dezembro em que a gente proporciona nos bairros peças de teatro, temos festivais de música, em que grande número de pessoas se inscreve com canções inéditas.
Tribuna - E o maior gargalo que ainda não conseguiu atacar e que o senhor quer colocar como prioridade?
José Ronaldo -  Agora em janeiro, a cidade recebeu uma frota de ônibus 100% nova e todos estão rodando na cidade, estamos encontrando problema no número de passageiros, mas a informação que eu tenho é que está aumentando, ou seja, as pessoas estão voltando a andar mais de ônibus na cidade. Realmente tivemos problemas sérios aqui nessa área, acho que esse era o maior gargalo. Mas superamos e de 60 dias para cá está fluindo com uma tranquilidade bem maior.
Tribuna - Os efeitos da crise são sentidos por todos, inclusive pela própria prefeitura. Como está a situação financeira de Feira? Preocupa?
José Ronaldo - Acho que as prefeituras sentem mais do que qualquer outro ente federado. A União tem suas ações, mas é a grande beneficiada com os impostos que pagam no país, 60% é dela. O restante é dividido para estados e municípios, então, não há nenhuma dúvida de que o maior problema fica nos municípios, até porque é onde ocorrem as maiores ações para as comunidades.
A questão da presença do prefeito nas próprias cidades faz com que as cobranças sejam maiores, são maiores, permanentes, constantes. A crise, evidentemente que chegou, é muito forte, e o que a gente vê do repasse constitucional do IPI, do Imposto de Renda, do Fundo de Participação dos Municípios, diminuiu consideravelmente em janeiro, diminuiu em fevereiro e agora em março a primeira parte já vem diminuindo consideravelmente. Muito forte.
É claro que isso tem nos preocupado, mas temos procurado agir com determinação, com muita coragem, para superar essas dificuldades e manter as contas da Prefeitura em dia. 
Tribuna - A informação de que o prefeito ACM Neto (DEM) estaria tentando viabilizar o deputado federal Irmão Lázaro como secretário em Salvador, para que ele não fosse candidato em Feira, de alguma forma essa movimentação preocupa ao senhor?
José Ronaldo - Não. Lázaro é uma pessoa que eu conheço antes mesmo de ser deputado, me relaciono muito bem com ele, deu entrevista recentemente aqui em Feira de Santana dizendo que não seria mais candidato independentemente de qualquer coisa.
Tribuna - Uma candidatura de Fernando Torres ou de Jairo Carneiro, de alguma forma, pode atrapalhar ou dificultar os planos do senhor?
José Ronaldo - No momento, eu continuo pensando na administração. Aqui em Feira de Santana há um hábito de que a política toma mais corpo depois da micareta, que é o nosso carnaval que acontece no final de abril. Depois disso é que evolui e toma um impulso maior.
Essa questão de quando uma pessoa resolve ser candidato, evidentemente que será candidato para enfrentar qualquer pessoa da oposição a ele. Se a oposição vai ter dois, três candidatos, quem é candidato não tem que se preocupar com isso, tem que se preocupar com a própria candidatura. Eu nunca fiz campanha política me preocupando com adversário, eu me preocupo com a minha campanha, com o que eu faço. O adversário é adversário. Ninguém vai esperar presente de adversário. 
Tribuna - Com a ida de Sérgio Carneiro para o seu secretariado, o nome do PT que passou a transitar sozinho em Feira foi o de Zé Neto. É uma candidatura que não decola ou para o senhor não tem muito impacto nesse momento?
José Ronaldo - É como eu estou lhe dizendo, quem é candidato não escolhe adversário. Quem é candidato enfrenta o adversário que está disposto a ir para o processo político. Eu disputando a eleição, respeito a todos, e o adversário para mim é indiferente. 
Tribuna - E como será estruturada a chapa do senhor? Hoje seu vice é do PMDB, há a expectativa de manter o partido na vice ou abrir para o PV, que chegou e ter dois secretários na cidade? Como será essa articulação?
José Ronaldo - Todas as vezes em que fui candidato, consegui com muita satisfação construir uma boa coligação. Fico muito feliz com todas essas pessoas que ao longo do tempo sempre trabalhamos juntos. Se você me pergunta se estou satisfeito com a coligação com o PMDB, eu lhe respondo com toda sinceridade e franqueza que sim. Como estou também com todos os partidos que fazem parte da minha base na Câmara municipal. Tenho um ótimo relacionamento com os vereadores, muito fraternal mesmo, de amizade de bons companheiros, e com essa estrutura de partidos políticos eu só tenho a agradecer ao convívio e a ao relacionamento com todos eles. Essa questão de vice, é como lhe disse, só vem depois da micareta.
Tribuna - Prefeito, o país vive um turbilhão na política. Crise no Congresso Nacional, com a presidente Dilma Rousseff, com o ex-presidente Lula, como o senhor avalia esse momento de tensão no país?
José Ronaldo - Às vezes, você tem uma crise econômica, mas a política está firme, está forte. O que nós estamos vivendo de um ano e pouco para cá é uma crise política, uma crise econômica e uma crise moral. Então, juntou tudo de uma só vez. Não há dúvidas de que o país atravessa dias complicadíssimos e o que a gente lê, que a gente acompanha na grande mídia nacional, dos comentaristas políticos, é que essas pessoas estão dizendo que as coisas não vão melhorar e a tendência é piorar. O que vai acontecer mais de pior do que já está acontecendo? Realmente, é uma coisa que nos preocupa muito.
Tribuna - Como o senhor vê a Operação Lava Jato e todas as investigações que estão acontecendo? Há excessos ou é realmente necessário passar o país a limpo?
José Ronaldo - Não há menor dúvida de que é necessário passar o Brasil a limpo. 
Tribuna - Como avalia as investigações que estão acontecendo? Era comum acontecer muitos desmandos na administração pública e a impunidade imperar, hoje a gente vê grandes empresários presos e políticos sendo investigados. O senhor acha que haverá uma mudança na forma de encarar a política no país?
José Ronaldo - Sim, com certeza absoluta. 
Tribuna - Com relação ao pedido de prisão do ex-presidente Lula, o senhor acha que esse tensionamento político causado preocupa?
José Ronaldo - O que eu vejo é que esses lados opostos não estão partindo da classe política. A classe política tem feito seu papel no Congresso Nacional e tem sido muito bem feito. A oposição faz seu papel de oposição, governo faz de governo, mas essas questões que têm tomado corpo no país não têm sido provocadas por oposição, têm sido provocadas pelas investigações que estão sendo feitas e por organismos brasileiros, seja a Polícia Federal, seja o Ministério Público Federal, que seja a própria Justiça. Isso é totalmente dissociado do comando político nacional. O que estou vendo é isso. 
Tribuna - E com relação a esse ressurgimento da discussão política do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senhor acredita que isso pode tomar um fôlego maior?
José Ronaldo - Logo no início, quando isso surgiu, foi formada aquela comissão, eu já dizia que prefiro não abordar essa questão. Eu sou prefeito e quando a gente está no Executivo, a gente tem que ter muito mais cautela ao falar as coisas ou abordar determinados assuntos. Diferente de quando a gente está no Legislativo, onde o papel é esse mesmo, discursar e levantar propostas, entre outras coisas. Mas quem está no Executivo, a cabeça é muito cheia de problemas administrativos, e assuntos como esse eu prefiro não comentar.
Tribuna - Muito tem se falado de descobrir novas formas de financiar a saúde pública no país. A recriação da CPMF é uma alternativa para isso? Já que todas as prefeituras passam pelo mesmo problema, que é o subfinanciamento. 
José Ronaldo - Não há a menor dúvida de que faltam recursos para a saúde, mas entre pautar recursos para a saúde e recriar a CPMF há uma distância muito grande. Eu sou totalmente contra a recriação da CPMF. Acho que o governo deve buscar alternativas e cortar gastos na máquina pública, e como prioridade adotar o repasse de recursos para a saúde. 
Colaboraram: Aparecido Silva e Fernanda Chagas

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