Foto:
Gabriela Biló/Estadão
Por Percival Puggina
Há muitos meses, o governo petista, os dirigentes
dos partidos da base e suas lideranças no Congresso Nacional parecem haver
tomado Baygon de canudinho. Andam de um lado para o outro, desarvorados, em
busca de uma saída que não existe para os males que sua desonestidade e
presunção produziram. Não me refiro à multiplicidade de desastres que fizeram
desabar sobre o país. Qual o quê! O que os preocupa são as consequências
pessoais e legais do que fizeram. Muitos medem a distância entre a porta da rua
e a porta da cadeia. Brasil? Que Brasil?
Acordei nesta
segunda-feira em ressaca cívica. Milhões de brasileiros proporcionaram com o 13
de Março, nas mobilizações de domingo, um dia para entrar na História. Nas
semanas anteriores, o PT e seus sequazes batiam tambores mentais pedindo chuvas
no Rio de Janeiro, enxurradas em São Paulo, vendavais no Rio Grande do Sul. Mas
São Pedro mostrou quem manda. Aqui em Porto Alegre, onde escrevo, 140 mil
pessoas promoveram a maior manifestação da história da cidade. Homenageavam
gente respeitável, patriotas de valor, como Sérgio Moro, os promotores da Lava
Jato e policiais da PF naquela força-tarefa. Noutra praça da cidade, pequeno
grupo de militantes a soldo reverenciava criminosos condenados e outros
cidadãos em vias de. São pessoas que odeiam a dignidade de Sérgio Moro e amam
Ricardo Lewandowsky, Roberto Barroso, Dias Toffoli, entre outros daquele
puxadinho do PT em que foi transformado o STF.
Cada um de nós, tendo
participado dessas manifestações, dirá um dia a seus filhos e netos, lendo as
páginas da História: "Eu estive lá! Eu não me omiti! Eu cumpri meu dever
de cidadão para com meu país e seu povo! Eu não me acovardei ante o falso
rugido dos autênticos gatos!"
Enquanto participava
da manifestação aqui em Porto Alegre, tive a clara percepção de que o grito das
ruas produzia movimentos nas encruadas instituições. Rangiam velhas tábuas,
estalavam dobradiças. Algo está para acontecer. O marasmo chega ao fim.
Vi nascer o grito por
impeachment no dia 15 de novembro de 2014, na primeira manifestação nacional.
Éramos poucos, mas sabíamos para onde girava inexoravelmente a roda dos maus
fados do governo que reassumiria dias depois. Sua podridão já era conhecida,
tanto que Dilma foi apresentada como faxineira do próprio governo. Nos meses
seguintes novas manifestações se repetiram a partir do dia 15 de março (até
então a maior de todas na história do país). Em duas semanas, três dezenas de
requerimentos pedindo o impeachment da presidente se acumulavam na mesa de um
até então pouco conhecido pilantra de nome Eduardo Cunha que, de março a
dezembro, jogou água fria e gelo picado na fervura nacional. Mas na versão
petista virou "dono do impeachment".
Até isso nos quis
roubar o governo! O grito da nossa garganta. O clamor do nosso peito. As
lágrimas de emoção cívica que deixamos nas avenidas de todo o país. Sinto que
chega ao fim o domínio daqueles se julgavam-se capazes de conduzir o povo pelo
nariz. Já podem contemplar a porta da rua e avaliar a distância entre esta e a
porta da cadeia, lugar de todos que tenham esfolado a nação, sejam de que
partidos forem.
Fonte: "Mídia Sem Máscara"
Nenhum comentário:
Postar um comentário