Nesta
quarta-feira, 15, Dia do Professor, a Academia de Educação de Feira de
Santana realizou o VII Seminário sobre Qualidade da Educação Básica, tendo como
tema "O Novo PNE - Plano Nacional de Educação".
O evento
foi realizado no Teatro do Cuca e reuniu mais de cem participantes, dentre eles
alunos e professores dos mais diversos estabelecimentos de ensino, que tiveram
a oportunidade de ouvir reflexões ricas e pertinentes sobre as
perspectivas para a educação brasileira nos próximos dez anos, à luz das metas
definidas pelo PNE.
O professor
Fernando Alcoforado, portador de uma vasta experiência como professor de cursos
de Pós-Graduação e consultor de organismos públicos e privados nacionais e
internacionais, iniciou sua explanação mostrando como elaborar um Plano
Nacional de Educação Consistente, descrevendo os passos e as estratégias, e em
seguida direcionou sua apresentação para as 20 metas estabelecidas no novo
Plano Nacional de Educação, avaliando cada uma delas. Em sua avaliação, fica
evidenciada a fragilidade do PNE que, a seu ver, é decorrente de ter sido
elaborado sem um referencial maior que seria a existência de um Plano Nacional
de Desenvolvimento que o Brasil não possui. Destacou a necessidade de
universalização da educação com o sistema de educação à distância, considerando
um dos grandes desafios da educação brasileira neste momento, lamentando o fato
de que o PNE não prevê o uso da Educação á Distância para universalizar o
ensino no país. Apresentou também um gráfico contendo a evolução do
orçamento geral da união onde se verifica que 43,98% dos recursos são
destinados ao pagamento de juros e amortizações da divida, restando fatias
muito insignificantes para as ações que deveriam ser prioridade como a
educação, que detém apenas 3,34%. Citou algumas estratégias que considera
essencial para que o governo possa dispor de recursos para investimentos em
infra-estrutura econômica e social e disse não concordar com o critério de se
estabelecer o percentual para investimentos na educação pública tomando como
parâmetro o Produto Interno Bruto (PIB) porque quando acontece uma queda
do PIB a educação fica ainda mais prejudicada. E concluiu dizendo
que "para avançar, teremos que ver quanto custa uma educação de qualidade em
reais, não em percentual."
A seguir,
aconteceu a exposição da professora Amali Mussi, que analisou as implicações
das formulações do PNE na formação dos professores. Coordenadora do Colegiado
de Pedagogia da Uefs, ela possui uma vasta experiência na Educação Infantil e
Ensino Fundamental, na docência do Ensino Superior e na Gestão Acadêmica, em
cursos de graduação e pós-graduação.
Iniciou
sua fala referendando o que disse o professor Alcoforado quando enfatiza que a
falta de planejamento é o principal motivo para que os projetos e ações não
sejam bem sucedidos. Disse que quando o PNE busca a universalização do acesso
ele não está priorizando a qualidade e acentuou: é imperativo que o
gestor enfrente os dados reais da educação, principalmente no que se refere à
qualificação do professor para que se obtenha resultados satisfatórios no processo
ensino-aprendizagem. Refletiu o alto índice da evasão escolar, a dificuldade no
aprendizado, observando que menos de 5% das crianças da 4ª. série estão
plenamente alfabetizadas e abordou vários outros aspectos, à exemplo da atual
situação das Licenciaturas, cujos dados comprovam uma acentuada redução no
ingresso, assim como na conclusão dos cursos, a questão da avaliação do
desempenho docente, a meritocracia que incentiva não só o docente mas também o
aluno no processo ensino-aprendizagem, dentre outros.
O
Seminário foi considerado proveitoso. "A Academia de Educação, pelo sétimo ano
consecutivo, convida o professor para a reflexão de temas de extrema
importância no cenário educacional, além de ser uma oportunidade para
homenageá-los no dia a ele dedicado", considera a professora Anaci Paim, presidente da Academia.
(Com
informações da Academia de Educação de Feira de Santana)
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