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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Relexão de Targino Machado sobre as eleições



Quero dizer-lhe que resultado das urnas tem que ser analisado com sabedoria. Elas falam, a meu ver, com mais autoridade que as sentenças judiciais prontas e acabadas, pois estas são monocráticas ou produzidas por um colegiado numericamente, infinitamente, inferior.
Os eleitores emitiram os seus estertores, todos baseados em suas realidades.
Tenho vida de príncipe! Como julgar as escolhas dos que passam fome e não têm onde morar, o que comer e vivem às expensas de programas sociais?
Dilma venceu onde precisava vencer. Aécio perdeu onde tinha obrigação de ganhar, e foi bem avaliado pelos eleitores de faixas econômicas e culturais mais elevadas.
Como me contrapor ao resultado soberano das urnas? Nunca precisei dos programas sociais, pois nunca passei fome. Nunca os meus filhos precisaram dos diversos programas de bolsas e cotas para ingresso nas universidades.
Mais fácil os privilegiados pela sorte desceram em busca de prestar socorro àqueles necessitados de socorro, que o inverso.
Nós todos precisamos entronizar nos nossos costumes os sentimentos de humanidade. Os políticos, ah! Estes, precisam aprender chorar com o sofrimento dos outros, se apiedarem daqueles que penam nas filas do SUS, terem misericórdia de tantos jovens que morrem alcançados pelo crime ou pelas drogas por não terem sido alcançados, antes, pelas políticas públicas que deveriam lhes criar oportunidades, pois este é o papel da política e dos políticos. Enquanto isso, as pessoas continuam morrendo de desassistência nos corredores dos hospitais ou nas filas aguardando uma regulação.
Nesta sociedade que sobram riquezas, corrupção e miséria, onde o analfabeto escolhe a educação que quer ter e existe nos dias hodiernos essa dicotomia infame: ricos x pobres.
Não me julgo com estatura pessoal e/ou envergadura política, nem mesmo isenção, equilíbrio, tranquilidade ou sabedoria para julgar milhões de decisões, extraídas de tantas almas, tradutoras de tantas e tantas realidades humanas.
Portanto, o que me cabe é recolher-me a minha decisão monocrática e respeitar as vozes ricas das urnas.
Enviado por Maurício Naiberg - Assessor de Imprensa

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