Por Reinaldo Azevedo
No debate desta quinta, Dilma tentou ligar Aécio Neves à bebida. E
se deu mal. Era decisão partidária. Lula fizera o mesmo num comício, há três
dias. Quem diria, né? O poeta da cachacinha virou um moralista! E que se note:
Lula gosta mesmo é de uísque, que ele bebia à farta na Fiesp, quando negociava
uma coisa com os empresários e falava outra em assembleia para a "peãozada". Um
verdadeiro artista na arte da dissimulação. Sempre foi.
Em 2004, Larry Rohter,
correspondente, então, no 'New York Times' no Brasil, escreveu que o homem
gostava de uma cachacinha. O chefão petista deu ordens para expulsá-lo do
Brasil. A esquerda herbívora e carnívora babou de patriotismo.
Para muita gente, segue
inesquecível a solenidade de posse de Nelson Jobim no Ministério da Defesa, em
25 de julho de 2007. O chefão petista estava num daqueles dias, digamos, cheios
de alegria. Ao se despedir de Waldir Pires, o ministro que saía, disse com voz
bem característica que o homem, coitado!, estava cansado… Ao saudar o titular
que chegava, afirmou que resolveu nomeá-lo porque este estaria em casa, sem
fazer nada, enchendo o saco da mulher. Era mesmo um gigante da
institucionalidade!
Mas a gente sabe como são os
moralistas, não é? Um repórter estrangeiro afirmar, em tom cordial, sem viés de
denúncia, que Lula toma uma cachacinha é um crime contra a pátria. Lula sacar a
acusação contra um adversário é coisa de poeta. Nojo!
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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