Por Augusto Nunes
Na
entrevista concedida ao Bom Dia, Brasil, Dilma Rousseff inventou que a economia
americana está ameaçada pela deflação ─ inflação abaixo de zero, um sintoma de
recessão. Foi corrigida pela jornalista Miriam Leitão: neste ano, o índice
inflacionário dos Estados Unidos ficará perto de 2%. Pouco depois, Miriam
mencionou a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio. "A PNAD não apura desemprego", errou de novo a presidente, que em
seguida afundou na gabolice: "Ninguém tem no mundo taxa de desemprego de 4,9%".
Aprendeu mais uma: inúmeros países registram índices iguais ou melhores que o
recitado pela candidata à reeleição.
Reproduzido
no áudio abaixo, um trecho do programa da TV
Globo prova que o que Dilma diz é tão confiável quanto uma previsão
de Guido Mantega. A certa altura, ela tentava provar que o país que governa
está bem melhor que qualquer nação da Europa quando foi mais uma vez devolvida
à realidade por Miriam Leitão:
- A Alemanha cresce 1,5% e nós, 0,3%…
- Não, a Alemanha não está crescendo 1,5% - retrucou Dilma. - A Alemanha
está crescendo 0,8%.
Miriam
estava certa. Por ignorância ou má fé, Dilma usou o índice do segundo trimestre
para medir o crescimento anual da potência europeia.
Algumas
frases adiante, perdeu a paciência com outra intervenção da jornalista:
- Eu tenho de fazê a premissa pra chegá na (sic) conclusão.
- A
senhora fica muito tempo na premissa - replicou Miriam.
- Pois é, mas a vida é complicada - devolveu a presidente grávida de irritação.
Complicada
é a cabeça de quem mente mais do que respira.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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