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terça-feira, 22 de maio de 2018

Marco Feliciano diz que "a Globo faz um mal sem tamanho para o Brasil"

"É impossível para um verdadeiro cristão ser de esquerda"

Marco Feliciano no plenário da Câmara Federal
Foto: Divulgação
Opiniões conservadoras não são bem vistas pela imprensa brasileira. Quando é um líder evangélico que se posiciona, gera maior rejeição ainda. Quando o jornal "O Estado de São Paulo" entrevistou o deputado federal Marco Feliciano (Podemos/SP), isso ficou novamente evidenciado.
Ao ser questionado sobre a situação do país, Feliciano foi enfático: "Está caótico e sem luz no fim do túnel". Para ele, é a imprensa que tem "um papel fundamental no momento pelo qual o Brasil passa" e não está mais nas mãos dos políticos.
Conforme lembra o parlamentar, "é a imprensa que dita as pautas do país, pois tem a força do povo nas mãos". Entende ainda que "a grande mudança passa pelo povo. E o povo segue a imprensa. Só que a imprensa livre precisa ser imparcial, isenta. Não pode ser tendenciosa".
Ele se diz vítima de "preconceito" e que isso é geral em relação aos evangélicos.
O deputado tem grande força nas redes sociais, onde possui cerca de 4,5 milhões de seguidores no Facebook, número bem maior que os 3,4 milhões do ex-presidente Lula, por exemplo.
Ele aposta na força dessa mídia. "Pela Internet você fala direto com as pessoas. Vídeos meus, em mídias sociais, incomodam a Rede Globo… Então não subestime as redes sociais", avalia.
Ao falar sobre a maior rede de comunicação do país, Feliciano é bastante enfático: "A Globo faz um mal sem tamanho para o Brasil, principalmente para a estrutura da família brasileira. Eles pegam muito pesado a respeito de família, a respeito de evangélicos. Toda vez que aparece um evangélico na novela ele é louco ou extremamente irracional. Eu entendo que a Globo tem a mim como inimigo".
Em ano eleitoral, a posição da imprensa contra os políticos conservadores tem se intensificado. Com quase 30% do eleitorado nacional e uma bancada numerosa no Congresso, os evangélicos tendem a crescer em força política na próxima legislatura. Inegavelmente, isso incomoda muita gente que defende as pautas moralmente liberais.
Enquanto o católico Jair Bolsonaro lidera as pesquisas para presidência, a evangélica Marina Silva geralmente aparece em segundo lugar. Mesmo assim, como ocorreu em outras eleições, ela não tem o apoio dos evangélicos. Para Feliciano isso é fácil de entender: "A Marina só aparece de quatro em quatro anos. Ela veio com a missão de representar os evangélicos e a Igreja descobriu nela uma 'evangélica de fachada', dentro do nosso pensamento conservador. Ela apoia toda a pauta da esquerda".
Incongruência
Conforme o pastor, isso é uma incongruência. "É impossível que o verdadeiro evangélico, o verdadeiro cristão seja de esquerda. Agora até temos os evangélicos conservadores e os evangélicos progressistas… Quando eu vejo um pastor dizer que é socialista, de esquerda, ele está cometendo um erro gravíssimo. Pois ele instrui os incautos a seguirem esse pensamento. Eu não consigo conceber essa ideia", dispara.
Como já havia dito em outras ocasiões, o deputado paulista tem uma visão bastante negativa do que está ocorrendo na sociedade após 13 anos de governo petista, que investiu fortemente na doutrinação. "O politicamente correto está acabando com o nosso país, porque acaba com um dos maiores direitos do ser humano dentro de uma democracia: a liberdade de expressão", destaca.
Marco Feliciano voltou a ser questionado sobre o ativismo LGBT, já que ele é um de seus maiores opositores no Congresso. Ele reiterou sua conhecida posição. "Eu respeito homossexuais, mas não respeito ativistas LGBT. O ativista é aquele que ganha dinheiro para lutar por isso. Eu respeito homossexuais porque tenho amigos homossexuais que frequentam a minha casa. Tenho amigas lésbicas, tenho amigas que moram juntas."
Também reiterou que "ninguém deve morrer por causa da sua orientação sexual, por causa da cor da sua pele, por causa da sua religião. Isso é vilania, é animalesco. Só que nós vivemos em uma sociedade doente. A culpa é da sociedade, que se cala quando tem que falar e fala quando tem que se calar".
O pastor nega o rótulo de "mestre da cura gay": "Maldade da imprensa e do movimento LGBT. Não tem cura para aquilo que não é doença. Para mim, a homossexualidade não é doença, é um fenômeno comportamental".
Negando a pecha de racista, ele explica: "Sou a favor de cotas para negros, porque eu conheço a história: 300 anos de escravidão. Se estão dois correndo, um negro e um branco, o branco tem 300 anos de vantagem na frente do negro. Como é que os filhos dos negros vão alcançar os filhos dos brancos? Nunca. Então cria-se uma cota com prazo estipulado, para tentar igualar".
Entretanto, acredita que a criação de cotas para todos os grupos minoritários gera problemas. "O problema é que, quando você cria uma lei para proteger um grupo, você tem que ver o que essa lei vai fazer com outro grupo. Você não pode criar uma lei justa para alguns e injusta para outros".
O deputado, que é candidato à reeleição, continuará defendendo as pautas conservadoras. E vê com satisfação que elas estão crescendo em vários países. "Graças a Deus. É uma onda mundial. A política é um pêndulo que tem dois extremos: esquerda e direita. O pêndulo começa no centro e vai para a esquerda, ninguém o para e o pêndulo vai até bater na extremidade esquerda. Depois, porque não tem mais para onde avançar, o pêndulo começa a voltar", filosofa.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br

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