"Emaranhada
na Vegetação Nordestina I", acrílica sobre tela 100x100, 2013, um dos trabalhos de Gil Mário na
mostra
Foto: Ligia Motta
A
exposição "Florestabilidade, uma Coleção", do artista plástico Gil Mário, no
Espaço Cultural do restaurante Vivas, será aberta na noite de quarta-feira, 25.
A mostra fica em pauta até 31 de outubro. O restaurante está instalado agora na
rua Equador, 44, Kalilândia.
Sobre o
artista e a exposição, Ligia Motta, pós-graduada em Artes Visuais: Cultura e
Criação, escreve que "Florestabilidade
é o tema do conjunto de trabalhos que compõem a coleção a ser apresentada na
exposição individual do artista Gil Mário".
Ela
conta que é "uma coleção rica em formas de folhagens e exuberantes volutas
generosas, que não despreza o foco, o homem. 'A arte eleva o espírito e
enobrece o caráter humano'. Diz que segundo o teólogo Divo Barsoti, 'a beleza é
o fim de todas as coisas. Quem organiza um espaço decorado, organiza ao mesmo
tempo sua mente e coração, pois, o espaço arte nos prepara para o teatro da
vida'. Esse teatro, encontrado também nas florestas, criadas por Deus e com
sustentabilidade própria, inspirou o artista para desenvolver a obra. O manejo
ecológico das florestas permite a preservação sem intervir nos recursos
econômicos e na beleza natural".
Para
Ligia Motta, Gil Mário não apresenta formas de protestos, e sim "uma marca
recorrente do tema lembrando constantemente a beleza extraída da vegetação
pungente do período das chuvas no sertão nordestino. Distante da forma
fotográfica, cria o inédito".
Cita
que o crítico de arte Aldo Trópidi considera que "uma das melhores qualidades
de Gil Mário é como trabalha a espacialidade pictórica, são massas cromáticas,
trabalhando também as texturas, que vão harmonicamente compondo sua sinfonia.
Sabe lidar com valores tonais com bastante domínio técnico, incursiona pelas
figuras, no entanto, não poupa o observador da necessária investigação que
permite a estética a fim de poder compreender a poética".
-
As volutas e o claro-escuro do barroco baiano, muitas vezes, brotam do
inconsciente de maneira a valorizar as formas contemporâneas exploradas. A
riqueza de supostos movimentos da folhagem recriada, insinuando bananeiras,
palmeiras e caules no emaranhado da retorcida vegetação nordestina é valorizado
com os tons cafés, amarronzados da nossa vegetação e solo. Aliás, amarronzados
são os tons preferidos do grande pintor Vicente do Rego Monteiro, tão admirado
pelo artista - pontua.
Ligia
Motta encerra que "em Florestabilidade, aprecia-se um trabalho realizado com
liberdade de expressão e sem se submeter a modismos ou imposições do mercado de
arte".
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