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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Folhagens exuberantes na exposição de Gil Mário


"Emaranhada na Vegetação Nordestina I", acrílica sobre tela 100x100, 2013, um dos trabalhos de Gil Mário na mostra
Foto: Ligia Motta

A exposição "Florestabilidade, uma Coleção", do artista plástico Gil Mário, no Espaço Cultural do restaurante Vivas, será aberta na noite de quarta-feira, 25. A mostra fica em pauta até 31 de outubro. O restaurante está instalado agora na rua Equador, 44, Kalilândia.
Sobre o artista e a exposição, Ligia Motta, pós-graduada em Artes Visuais: Cultura e Criação, escreve que "Florestabilidade é o tema do conjunto de trabalhos que compõem a coleção a ser apresentada na exposição individual do artista Gil Mário".
Ela conta que é "uma coleção rica em formas de folhagens e exuberantes volutas generosas, que não despreza o foco, o homem. 'A arte eleva o espírito e enobrece o caráter humano'. Diz que segundo o teólogo Divo Barsoti, 'a beleza é o fim de todas as coisas. Quem organiza um espaço decorado, organiza ao mesmo tempo sua mente e coração, pois, o espaço arte nos prepara para o teatro da vida'. Esse teatro, encontrado também nas florestas, criadas por Deus e com sustentabilidade própria, inspirou o artista para desenvolver a obra. O manejo ecológico das florestas permite a preservação sem intervir nos recursos econômicos e na beleza natural".
Para Ligia Motta, Gil Mário não apresenta formas de protestos, e sim "uma marca recorrente do tema lembrando constantemente a beleza extraída da vegetação pungente do período das chuvas no sertão nordestino. Distante da forma fotográfica, cria o inédito".
Cita que o crítico de arte Aldo Trópidi considera que "uma das melhores qualidades de Gil Mário é como trabalha a espacialidade pictórica, são massas cromáticas, trabalhando também as texturas, que vão harmonicamente compondo sua sinfonia. Sabe lidar com valores tonais com bastante domínio técnico, incursiona pelas figuras, no entanto, não poupa o observador da necessária investigação que permite a estética a fim de poder compreender a poética".
- As volutas e o claro-escuro do barroco baiano, muitas vezes, brotam do inconsciente de maneira a valorizar as formas contemporâneas exploradas. A riqueza de supostos movimentos da folhagem recriada, insinuando bananeiras, palmeiras e caules no emaranhado da retorcida vegetação nordestina é valorizado com os tons cafés, amarronzados da nossa vegetação e solo. Aliás, amarronzados são os tons preferidos do grande pintor Vicente do Rego Monteiro, tão admirado pelo artista - pontua.
Ligia Motta encerra que "em Florestabilidade, aprecia-se um trabalho realizado com liberdade de expressão e sem se submeter a modismos ou imposições do mercado de arte".        

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