Por Pedro Doria
Um dos
efeitos da internet sobre o jornalismo foi a fragmentação. Se esperávamos que o
noticiário escrito chegasse diariamente à porta de casa, bem editado e
organizado, a web mudou isso. É da natureza do meio. Na web, é natural que o
critério do tempo se sobreponha ao da importância da notícia. A manchete do
site é algo que ocorreu recentemente, não o que foi mais importante no dia.
Blogs, reforçando a importância do que é mais recente, ampliaram esta percepção
das notícias que vêm numa torrente sem fim. O Twitter, resumindo em cento e
tantos toques o que há para ser dito, jogou a pá de cal. O modelo é sólido.
É da natureza da web um jornalismo mais
ligado na notícia do que em sua compreensão. Mais ligado nos fatos do que na
reflexão. Mas Ev provavelmente abandonou, ao longo da digitalização do mundo,
outros lados da imprensa. Porque continua havendo imprensa reflexiva, que tanto
busca fatos quanto se debruça para compreender o que dizem. Na Internet, ela é
mais rarefeita.
O Twitter é uma empresa bem mais modesta
do que o Facebook. O valor final do negócio deve ficar na casa dos 15
bilhões de dólares contra os quase 100 bilhões de dólares do primo grande. É, aparentemente,
também um negócio mais bem gerido. E Twitter é uma delícia de usar para quem
gosta de se manter informado. Tem imensas
qualidades. Jornalismo bom, porém, continua caro de fazer.
Fonte: "O Globo" e "Ex-Blog do Cesar Maia"
Nenhum comentário:
Postar um comentário