Por Reinaldo Azevedo
No dia 26 de agosto, publiquei aqui um post em que dava destaque a uma declaração do
senador petista Humberto Costa (PE), feita no programa "Entre Aspas", comandando
pela jornalista Monica Waldvogel, na Globonews. Sobre a vinda dos médicos
cubanos para o Brasil, ele afirmou:
"Esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio. Boa parte desses cubanos já trabalharam em países de língua portuguesa, não têm dificuldade com a língua. E, ao longo desse um ano e meio, eles vêm tendo conhecimento sobre o sistema de saúde no Brasil, doenças que existem aqui e não existem lá…"
"Esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio. Boa parte desses cubanos já trabalharam em países de língua portuguesa, não têm dificuldade com a língua. E, ao longo desse um ano e meio, eles vêm tendo conhecimento sobre o sistema de saúde no Brasil, doenças que existem aqui e não existem lá…"
Ficava, assim, evidente que se tratava de uma articulação antiga
do governo, que antecedia em muito as manifestações. Assim, quando Alexandre
Padilha anunciou, em julho, que o governo estava desistindo do programa, estava
apenas dando curso a uma mentira. Muito bem! Leiam agora o que informa Marcela
Mattos, na VEJA.com:
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Anunciado em julho como uma das principais soluções para o déficit da saúde brasileira, o programa Mais Médicos já era um velho conhecido dos profissionais cubanos. De acordo com o médico cubano Carlos Rafael Jorge Jimenez, seus conterrâneos tanto sabiam da proposta que já se preparavam estudando a língua portuguesa e as condições do Sistema Único de Saúde (SUS). Jimenez participou nesta quarta-feira de uma comissão geral realizada pela Câmara dos Deputados para discutir o programa federal. Também estiveram presentes o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
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Anunciado em julho como uma das principais soluções para o déficit da saúde brasileira, o programa Mais Médicos já era um velho conhecido dos profissionais cubanos. De acordo com o médico cubano Carlos Rafael Jorge Jimenez, seus conterrâneos tanto sabiam da proposta que já se preparavam estudando a língua portuguesa e as condições do Sistema Único de Saúde (SUS). Jimenez participou nesta quarta-feira de uma comissão geral realizada pela Câmara dos Deputados para discutir o programa federal. Também estiveram presentes o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Carlos Jimenez chegou ao Brasil há 14 anos por vias diferentes dos
seus 4.000 conterrâneos - que o governo brasileiro pretender trazer até o fim
do ano para atuar em regiões carentes. O profissional fugiu da ditadura cubana
e, após uma passagem pela Bolívia, desembarcou no país. Assim como qualquer
profissional estrangeiro, fez o exame de revalidação do diploma, requisito para
estrangeiros poderem atuar no país, e estudou português. Jimenez teve o direito
de trazer seus familiares para Aracaú, no interior do Ceará, onde trabalha no
programa de atenção à família e recebe tratamento igualitário ao dos demais
profissionais - realidade bem diferente da dos cubanos que integrarão o Mais
Médicos.
Apesar de ter fugido da ilha há mais de uma década, ele ainda
mantém contato com colegas e amigos que ficaram por lá. Foi em uma conversa com
um dos médicos que ainda moram em Cuba, que Jimenez recebeu a notícia de que os
cubanos já sabiam da missão ao Brasil. Segundo o colega, eles foram avisados
pelo Ministério da Saúde local e, então, começaram os preparativos. "Médicos de
outros países vêm com família, livres. Os cubanos têm de deixar seus
familiares, trabalham para receber 25%, 30% do salário, não podem sair de seus
alojamentos e nem se comunicar com o resto das pessoas. Sou a favor do
programa, mas que seja de uma forma correta, sem exploração."
Até o final deste ano, o Brasil receberá 4.000 médicos cubanos,
que serão distribuídos em 701 municípios, segundo acordo fechado entre o
governo e a Organização Panamericana de Saúde (Opas). O Ministério da Saúde
anunciou nesta terça-feira que 91% dos profissionais cubanos estarão
concentrados em regiões do Norte e do Nordeste do país.
Governo
Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas de que o Brasil estaria impondo o regime ditatorial aos profissionais cubanos. "O que nós estamos trazendo não é o regime cubano, não é o seu modelo econômico ou de sociedade", afirmou. "O que outros países fazem é trazer a experiência de atenção básica. Esse é um país democrático."
Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas de que o Brasil estaria impondo o regime ditatorial aos profissionais cubanos. "O que nós estamos trazendo não é o regime cubano, não é o seu modelo econômico ou de sociedade", afirmou. "O que outros países fazem é trazer a experiência de atenção básica. Esse é um país democrático."
Padilha usou como exemplo países como Portugal e Canadá para
justificar a não-obrigatoriedade da revalidação do diploma para profissionais
estrangeiros. Segundo ele, os países utilizam apenas o modelo que está sendo
adotado no Brasil: a avaliação de três semanas na universidade. Após isso, os
médicos podem atuar - mas apenas na atenção básica.
Já o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, saiu em defesa da
constitucionalidade do programa. Adams apontou que desde a criação houve 53
ações judiciais contra o programa. Todas, porém, foram negadas. "Do ponto de
vista constitucional, não vemos nenhuma fragilidade, como vem sendo comprovado
nas recorrentes decisões judiciais que vem sendo apresentadas", apontou.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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