Por Reinaldo Azevedo
Na segunda, no programa diário "Os Pingos nos Is", que ancoro na
Jovem Pan (entre 18h e 19h; volta ao ar neta quinta, em horário normal),
esculhambei a tese cretina que vi esposada em muitos lugares segundo a qual a
saída de Neymar até poderia representar um ganho para a Seleção Brasileira. O
raciocínio estúpido e mágico se sustentava em dois pilares:
a) componente psicológica - o desagravo ao nosso melhor jogador e o sentimento de unidade nacional gerado por sua contusão estimulariam os nossos guerreiros, que, então, lutariam ainda com mais garra;
b) componente técnica - por motivos insondáveis, a ausência de Neymar tornaria cada jogador mais compenetrado e ciente das suas obrigações, o que obrigaria o time a jogar um futebol mais eficiente e solidário.
a) componente psicológica - o desagravo ao nosso melhor jogador e o sentimento de unidade nacional gerado por sua contusão estimulariam os nossos guerreiros, que, então, lutariam ainda com mais garra;
b) componente técnica - por motivos insondáveis, a ausência de Neymar tornaria cada jogador mais compenetrado e ciente das suas obrigações, o que obrigaria o time a jogar um futebol mais eficiente e solidário.
Obviamente, nada disso aconteceu. Eu, aborrecidamente lógico que
sou, considero que, com a possível exceção de Fred, menos nunca é mais, a não
ser quando se somam ou se multiplicam entre si grandezas negativas. Se Neymar é
nosso melhor jogador e se ele é o único da Seleção que lembra um armador, caso
ela saia, a Seleção ficará, obviamente pior.
Mais: como eu não tinha percebido - nem eu nem ninguém - a
existência de algum esquema tático de Felipão que não fosse Neymar, a sua saída
implicava ficar sem nada. Some-se a isso a ausência de Thiago Silva - esta,
sim, muito mais devastadora para o jogo desta terça -, e temos, então, o "Mineiraço". Explico a referência a Fred, que estava em campo não por culpa
sua, diga-se, mas de Felipão: ele atuou na Seleção como massa negativa. Tê-lo
era como jogar não com 10, mas com nove jogadores. Era a soma que subtraía.
Onde se pensava haver um centroavante, havia apenas alguém lutando contra sei
lá que demônios do futebol. Não é que ele não tenha ajudado; ele atrapalhou.
Enquanto o futebol - e o mesmo vale para o país - se deixar perder
nessas bobagens, não vamos muito longe, não. É possível que até Felipão tenha
caído presa da armadilha: "Ah, vamos fazer do limão uma limonada". E aí meteu
Bernard e Hulk para correr pelas pontas, deixou a armação para David Luiz, e aí
foi a zaga que entrou em parafuso. Quando o ataque não marca, a zaga está em
pânico e não existe meio-campo, o resultado de 7 a 1 é até barato. Todos
vimos que, num dado momento, a Alemanha decidiu parar. Um dos jogadores
concedeu uma entrevista e chegou praticamente a se desculpar. Falava a sério.
Não era arrogância.
Patético
Na entrevista coletiva que concedeu, perguntaram a Felipão por que ele deu a entender, no treino, que Bernard não entraria, que ele armaria um time um pouco mais defensivo e adensado no meio-campo, e depois fez o contrário. Ele respondeu que agiu daquele m modo porque a imprensa estava no treino, e ele não queria entregar seus segredos.
Na entrevista coletiva que concedeu, perguntaram a Felipão por que ele deu a entender, no treino, que Bernard não entraria, que ele armaria um time um pouco mais defensivo e adensado no meio-campo, e depois fez o contrário. Ele respondeu que agiu daquele m modo porque a imprensa estava no treino, e ele não queria entregar seus segredos.
Ah, bom! Felipão guardava uma surpresa a sete chaves: a derrota
por sete a um contra a Alemanha. De tudo o que ele disse na entrevista,
concordo com uma coisa: ele é o principal culpado.
Para encerrar, meus caros, reitero a máxima de que macumba, ela
mesma, nunca fez ninguém ganhar jogo. Mas também não consta que faça perder. Já
as macumbas lógicas, ah, essas conduzem a grandes desastres: no futebol, na
política e na vida.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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