Por
Reinaldo Azevedo
O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netaniahu, criticou o
pedido incondicional de cessar-fogo feito pelo Conselho de Direitos Humanos da
ONU. E fez muito bem. Na prática, o Conselho ignora os ataques de que
Israel é vítima e atribui ao país a responsabilidade única pelo conflito. Não
dá mais para aceitar esse tipo de delinquência política.
Nesta segunda, cinco palestinos foram mortos no sul de Israel.
Ataques a um campo de refugiados e a um hospital, em Gaza, fizeram pelo menos
12 mortos e 40 feridos. O Hamas acusa Israel. O governo israelense, por sua
vez, nega a responsabilidade e diz que se tratou de fogo amigo: os mísseis
teriam sido disparados pela própria Jihad Islâmica, um dos grupos terroristas
que atuam em Gaza. Israel não costuma mentir sobre suas ações.
No dia com o maior número de baixas civis israelenses, quatro
pessoas morreram no distrito de Eshkol em razão da queda de um míssil: oito
outras estão feridas, quatro em estado considerado "crítico", com risco
imediato de morte, e quatro em estado grave. O Hamas comemorou com
entusiasmo o seu feito, coisa que, obviamente, não vai chamar a atenção de
ninguém, nem da ONU.
É uma tolice e uma perda de tempo imaginar que o esforço para
isolar Israel, jogando contra o país a opinião pública mundial, irá demovê-lo
de se defender. A hesitação em dar início à incursão terrestre em Gaza levava
em conta o desgaste certo. Àquele que não resta alternativa a não ser se
defender, a margem de manobra se estreita brutalmente.
Se Israel se vergasse a esse tipo de pressão, já não existiria
como país. Também mentem os tolos - ou os de má-fé - ao sustentar que o país
precisa do sinal verde dos EUA para se defender. A esta altura, está claro para
a sociedade israelense que há um de dois caminhos: enfrentar o inimigo ou
sucumbir. Parte considerável do mundo prefere fechar os olhos para os mísseis
do Hamas, para a natureza da sua luta - que recorre a escudos humanos - e para
seus propósitos: quer o fim de Israel. Está em seus estatutos.
A Israel cabe ficar de olhos bem abertos. Para enfrentar,
inclusive, o hábil trabalho de manipulação de opinião pública que coloca o país
como vilão.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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