Por
Reinaldo Azevedo
Cresce a pressão internacional por um cessar-fogo entre as forças
israelenses e a do Hamas. Tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
como o Conselho de Segurança da ONU pediram o fim imediato das hostilidades. O
domingo foi sangrento. Treze soldados israelenses de uma unidade de elite
morreram numa emboscada - são 14 os militares mortos, e havia 53 feridos até a
madrugada de hoje. Entre os palestinos, os mortos já seriam mais de 400. Mas atenção!
Numa outra guerra, esta para ganhar a opinião pública, o Hamas, que controla a
Faixa de Gaza, não distingue as vítimas civis de seus militantes, que são
também militares. Assim, todas as baixas havidas entre palestinos entram na
conta de "civis mortos". Cessar-fogo?
Escrevi aqui no fim de semana que o Hamas não tinha deixado a
Israel outra saída que não a ação terrestre, o que o país, basta recuperar o
noticiário, hesitou em fazer porque sabia que teria, como está tendo, as suas
baixas. Desde a guerra do Líbano, em 2006, as forças israelenses não perdem
tantos soldados num único dia. Para se ter uma ideia: em 2008, na Operação
Chumbo Fundido, em Gaza, morreram 11 soldados em 22 dias. Isso indica um fato
óbvio: o Hamas está aprimorando as suas táticas de guerra, melhorando o seu
armamento e se tornando, a cada dia, um inimigo mais poderoso. Que caminho
resta a Israel?
O Hamas recusou duas propostas de cessar-fogo: a do Egito, e a
humanitária, da ONU. E repete o seu espetáculo macabro de sempre. A imprensa
internacional, majoritariamente anti-Israel - e isto é apenas um fato, não
questão de gosto - se satisfaz em fazer a contabilidade dos mortos para decidir
quem é a vítima é quem é o algoz; quem está certo e quem está errado. E uma
guerra dessa natureza, infelizmente, envolve um pouco mais do que isso.
Qual é a preço do Hamas para parar com o seu foguetório contra
Israel? A sua pauta é extensa - na verdade, a sua pauta é finalista: os
terroristas querem o que chamam de "Palestina" (o que inclui o território
israelense) para os palestinos, eliminando da região o que chamam de "inimigo
sionista". Não sou eu quem está dizendo. É o que consta de seus estatutos.
Não! Não estou aqui a defender que Israel saia atacando tudo o que
se move, sem quaisquer outras considerações. E isso não está sendo feito, ou
haveria mais mortos. Mas é o Hamas quem admite - como já demonstrei aqui - que recorre, sim, à tática dos
escudos humanos, empilhando corpos para, com eles, fertilizar a sua causa.
Obama telefonou neste domingo para Benyamin Netaniahu,
primeiro-ministro de Israel, condenou os ataques do Hamas, reconheceu o direito
que tem o país de se defender, expressando a sua preocupação com o crescente
número de vítimas civis e também com a morte dos soldados israelenses. É
preciso que se tenha claro: para os comandantes de um dos lados da guerra, a morte
dos seus é uma tragédia; para os comandantes do outro, uma solução.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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