Por Reinaldo Azevedo
Foi demais até para um reduto do exotismo em que está se
transformando o Uruguai: o governo do país negou asilo político à advogada
Eloísa Samy e a um casal de black blocs: David Paixão, de 18 anos, e sua namorada,
que é menor de idade. Eles haviam se escondido no Consulado do Uruguai, no Rio,
e se dizem perseguidos políticos. É mesmo? Reitero o que escrevi aqui: os
únicos perseguidos políticos numa democracia são terroristas ou golpistas. Não
há outros. E, felizmente, os democratas os perseguem. Ou os canalhas acabariam
solapando os fundamentos do regime. O Brasil é uma democracia plena. Pergunto:
em qual dos dois casos Eloísa se enquadraria? Golpismo ou terror? O pedido
ultrapassava a linha do ridículo até para uma nação governada por José Mujica.
Os ultraesquerdistas da Zona Sul do Rio entraram em delírio - e
não sozinhos, já explico. Os advogados Rodrigo Mondego e Rogério Borba, que
encaminharam o pedido ao governo uruguaio, admitiam que o benefício dificilmente
seria concedido. Mondego chegou a dizer: "É difícil sair o asilo porque o
Uruguai teria de reconhecer que foi quebrada a ordem democrática no Brasil.
Entendo a dificuldade. Mas o Rio de Janeiro está sofrendo uma crise
institucional no que tange às liberdades democráticas".
Trata-se de uma tolice gigantesca. A Justiça que decretou a prisão
dos acusados é estadual, mas a decisão foi tomada com base em leis que têm
alcance em todo país. Não existem Códigos Penais estaduais. Os defensores dos
acusados deveriam é erguer as mãos para o céu. Eu aqui me pergunto - e faço a
mesma pergunta ao MP: por que essas pessoas não estão sendo acusadas com base
na Lei de Segurança Nacional, a
7.170? Ela está em plena vigência, foi recepcionada pela Constituição, e os
crimes que são atribuídos a essas pessoas estão lá plenamente caracterizados
nos Artigos 15 a 19. Indago ainda: que tipo de advogado presta auxílio a uma
menina menor de idade, que pede asilo político?
A Seção da OAB do Rio é, em parte, responsável por esse espetáculo
grotesco e juridicamente vigarista. Durante meses a fio, comportou-se como babá
de black blocs, deixando de censurar de maneira clara e explícita a violência.
Ao contrário: mais do que ninguém, a Ordem confundiu, no Rio, o direito à
liberdade de manifestação com a violência pura e simples. Ou permitiu que se
confundisse. Pra uma entidade com essa importância, dá na mesma.
Piada da noite
A advogada e os dois black blocs deixaram o consulado no carro da deputada estadual Janira Rocha, do Psol, o partido que, na prática, se apresenta como um fachada legal do movimento. Vocês conhecem esta senhora de dois episódios aos menos. Em 2012, durante greve de Polícias Militares e bombeiros no Rio, ela foi flagrada tentando articular uma greve nacional de PMs. No ano passado, vieram a público gravações em que esta senhora confessa, com todas as letras, que desviou dinheiro de um sindicato para a sua própria campanha eleitoral e para a de seu partido.
A advogada e os dois black blocs deixaram o consulado no carro da deputada estadual Janira Rocha, do Psol, o partido que, na prática, se apresenta como um fachada legal do movimento. Vocês conhecem esta senhora de dois episódios aos menos. Em 2012, durante greve de Polícias Militares e bombeiros no Rio, ela foi flagrada tentando articular uma greve nacional de PMs. No ano passado, vieram a público gravações em que esta senhora confessa, com todas as letras, que desviou dinheiro de um sindicato para a sua própria campanha eleitoral e para a de seu partido.
Eis aí. Esse é o reino dos puros de que estamos falando. E que se
lembre mais uma vez: Eloísa Samy, com prisão preventiva decretada e, enquanto escrevo,
uma foragida, não está nessa situação porque advogou para black blocs. Nada
disso: o MP apresentou evidências de que ela apoiou os atos violentos e atuou
na logística das ações criminosas. O exercício da advocacia é plenamente livre
no Brasil. O do crime, felizmente, não!
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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