Por Reinaldo Azevedo
Pois é… Coisa igual
nunca se viu. Fico cá a imaginar se o episódio tivesse acontecido no governo de
um partido, como é mesmo?, "reacionário", "conservador", "de direita", "dazelite"…
O mundo viria abaixo. A esta altura, a gritaria nas redes sociais seria
ensurdecedora. A imagem correria o mundo. Memes teriam sido criados e já teriam
se multiplicado aos milhões. Mas, sabem cumé, tudo se deu no governo do PT. E
os adversários do partido não são exatamente ágeis. A que me refiro?
O MST, com os métodos
trogloditas de sempre, decidiu invadir a Secretaria de Segurança Pública da
Bahia para cobrar agilidade na investigação do assassinado de um dirigente do
movimento, ocorrido em abril, na zona rural de Iguaí. Como os policiais não
conseguiram conter o grupo, Ari Pereira, subsecretário da pasta, não teve
dúvida: efetuou disparos com uma arma de fogo - fala-se em três; a Secretaria
diz que foi apenas um - para conter o ânimo dos exaltados, que estavam armados
de foices, paus, machados, facões, essas coisas que o MST costuma usar para
argumentar. A foto no alto é do próprio MST e registra o subsecretário com a
arma na mão.
Há uma nota a
respeito do site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a saber (em
vermelho):
Armados com foices,
facões, machados, enxadas, facas e pedaços de pau, integrantes do Movimento dos
Sem-terra (MST) invadiram, por volta das 8 horas de hoje (10), a sede da
Secretaria da Segurança Pública (SSP), localizada no Centro Administrativo da
Bahia. Eles ocuparam o térreo e, após tentarem tomar a arma de um soldado da
guarda, já iam subir as escadas de acesso aos outros pavimentos, quando foram
impedidos por um disparo de advertência.
Esta rápida ação fez os
manifestantes – homens, mulheres, adolescentes e até crianças – recuarem, o que
garantiu a integridade dos servidores, que já começavam a chegar ao trabalho, e
das instalações do prédio. A Secretaria da Segurança Pública esclarece que o
MST, com carro de som, suprimentos e acampado em barracas em torno da sede da
instituição, não apresentou, até o final da manhã, qualquer pauta
reivindicatória. A SSP também afirma estar aberta ao diálogo com o Movimento do
Sem-terra, embora repudie qualquer manifestação violenta, que ameace a
integridade dos funcionários e as instalações físicas de suas dependências.
Comento
A pasta também
divulga fotos da invasão (acima). Se foi assim como diz a nota, com tentativa
até de tomar arma de policial (e nada que venha dos bravos comandados de João
Pedro Stedile me surpreende), considerando especialmente que se trata da
Secretaria de Segurança Pública, e se o tiro foi mesmo só de advertência,
digamos que a coisa tente ser compreensível… Mas não dá! É indesculpável a
evidência, mais uma, de escandalosa incompetência. Por quê? E se, apesar do
tiro, a turma tivesse avançado? Ari iria fazer o quê? Atirar para matar? Pior:
o grupo poderia lhe ter tomado a arma. Dado um tiro, outros policiais presentes
poderiam fazer o mesmo.
Parece-me que o
correto - e sei que isso demoraria algum tempo, mas era o mais seguro - teria
sido acionar a tropa de choque da Polícia Militar, não é? Ela poderia, a
depender do tempo, ter coibido a invasão ou efetuado a desocupação. O que é
mais curioso é que esse tipo de ação ocorre, e ninguém é preso; ninguém
responde pela bagunça. Digam-me aqui: o que vocês acham que aconteceria se um
baiano comum, que não pertença ao "movimento social", decidisse invadir a
Secretaria de Segurança Pública e tomar a arma de um policial?
A nota da secretaria
sugere que se agiu com a devida energia e a tempo. Ao contrário: fica
caracterizada, uma vez mais, a bagunça que vive essa área da administração na
Bahia, o que talvez explique a escandalosa escalada de homicídios no estado sob
a gestão petista.
MST é prata da casa
Vejam esta foto.
Vejam esta foto.
O MST, de resto, é unha e carne com o governo da
Bahia. Em 2011, os valentes invadiram a Secretaria de Agricultura do Estado. O
que fez o governador Jaques Wagner? Recorreu à Justiça para obter a
reintegração de posse, uma obrigação funcional sua? Não! Passou a alimentar a
turma com 600 quilos de carne por dia. Era tanta comida que as sem-terra
passaram a salgar a carne para que não apodrecesse (imagem acima). Vinte
dias depois da desocupação, Wagner nomeou Vera Lúcia da Cruz Barbosa para a
Secretaria de Políticas para as Mulheres. E quem é Vera? Dirigente do MST,
membro da Via Campesina e integrante da Coordenação Nacional dos Movimentos
Sociais (CMS). Ou por outra: a turma que invadiu a Secretaria de Segurança
Pública da Bahia e foi contida a tiros está no… governo da Bahia.
Entenderam?
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"




Nenhum comentário:
Postar um comentário