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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Primeiras imagens em movimento de Feira de Santana



Mais uma garimpagem de Carlos Brito, do Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie E. Poppino, proporciona o resgate de imagens de Feira de Santana em 1925, há 94 anos. Provavelmente, as primeiras imagens em movimento que registram aspectos desta cidade. Em breve, a disponibilização do material.
Trata-se de registro de Cornélio Pires (Foto) em uma de suas viagens pelo Brasil, de São Paulo a Pernambuco. Na Bahia, ele visita e documenta em filme Salvador, Cachoeira e São Félix (Zona do Fumo) e Feira de Sant'Anna (Zona do Gado).
Em 1925, o cinema ainda era silencioso e o filme não tem som. Em pouco mais de dois minutos, as primeiras imagens de Feira de Santana.
Com letreiros explicativos, característica de quando o cinema ainda não era sonoro, a apresentação de Feira como integrante da zona do gado, "onde eram vendidas, semanalmente, de duas a três mil cabeças de gado"; encontro das primeiras boiadas, com ele, "navegando num fordéco (como era chamado automóvel da Ford), fomos à ponte Rio Branco"; Cornélio aparece cumprimentando "um dos famosos vaqueiros do Norte" (na época não existia Nordeste); por fim "aspectos da feira" (feira do gado, na praça onde é hoje a D. Pedro II, a do Nordestino). Cornélio Pires encerra sua visita a Feira montado numa animália (com o letreiro "Quem manda o pequeno ser burro?".
Assim, boiadeiro conduzindo manada. Feira do gado e exibição de vaqueiro  laçando um boi.
Na viagem de São Paulo a Pernambuco, que passou pela Bahia, Cornélio Pires conheceu os costumes e as riquezas de uma parte do Brasil. Ele não procurou filmar belezas de praças e jardins, riquezas de palacetes ou aspectos da alta sociedade. Fez questão de só filmar aspectos típicos, como o trabalho de vaqueiros. Em suma, coisas pitorescas de cada lugar visitado.
Cornélio Pires (13.08.1884-17.01.1958), paulista de Tietê, era jornalista, escritor, poeta, folclorista, empresário e ativista cultural. Foi importante etnógrafo da cultura caipira.

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