Por Reinaldo Azevedo
Vamos ver que Congresso sai das urnas de 2014. O número de
partidos com representação na Câmara saltou de 23 para 28. Estavam sem nomes na
Casa PTN, agora com 4 deputados; PSDC e PTC, que passam a ter dois cada um, e
PRTB e PSL, com um cada. O PT foi o partido que perdeu o maior número de
deputados: 18. Mas não foi o único: encolheram ainda o PMDB (-5), o PSD (-8), o
PP (-4), o DEM (-6), o Solidariedade (-7), o PROS (-9) e o PCdoB (-5). As novas
legendas não foram assim tão bem-sucedidas na Câmara: o PSD passou de 45 para
37 deputados; o PROS, de 20 para 11, e o Solidariedade, de 22 para 15. Já o
PRB, do autoproclamado bispo Edir Macedo, pode comemorar: saltou de 10 para 21.
Os partidos que disputaram a eleição coligados a Dilma Rousseff
têm hoje 339 deputados e passarão a contar com apenas 304. Os que apoiaram o
tucano Aécio Neves contam com 119 e passarão a ter 128. Os que apoiaram Marina
Silva saltaram de 30 para 49. Nesse caso, o PSB passa de 24 para 34; o PPS, de
6 para 10, e o PHS, de nenhum para cinco. Vejam
quadro geral.
Isso é sinal de que Aécio Neves, se eleito, enfrentará
dificuldades severas na Câmara? É claro que não! À base de 128 deputados, que
pode ser considerada certa, há uma chance grande de se agregarem os 53 eleitos
por partidos que apoiaram Marina, o que elevaria esse número, então, para 181.
Não me parece que, caso o tucano se eleja, o PMDB ficaria na oposição. Ao
contrário: Aécio já estabeleceu entendimento com a legenda em vários Estados.
Certamente levaria para a base de apoio uma boa parcela dos 66 parlamentares da
legenda - estamos falando de um potencial de 247 parlamentares.
O PP, com 36 deputados, chegou a flertar com a candidatura do
PSDB, mas acabou vítima de um golpe da sua direção. Poderia perfeitamente
migrar para a base de apoio. O potencial, então, já chega a 283. Certamente
seria possível dialogar com os 8 do PV, os 12 do PSC, os 2 do PSDC e 1 do PRTB.
Eis aí uma possibilidade clara de 306 deputados. E me digam uma boa razão para
PSD, PR e PRB integrarem a oposição sistemática. Já estamos falando de um
universo de 409 deputados. Não será impossível dialogar com o PDT - e se salta
para 428. A oposição sistemática a um eventual presidente tucano viria mesmo dos
70 deputados do PT, dos 5 do PSOL e, talvez, mas não com tanta certeza, dos 10
do PC do B.
Mas que se note: não acho que Aécio, se eleito, deva repetir o
erro da presidente Dilma de criar a maior base congressual da história do
Ocidente. Isso não é necessário. É possível fazer negociações pontuais com os
partidos a partir de propostas programáticas, sim. Afinal vocês sabem que a
arte de vender e de se vender sempre depende da disposição de quem quer
comprar. O que estou demonstrando aqui é que é bobagem a história de que, se
eleito, Aécio poderia ter problemas no Congresso. Não teria.
Senado
Os partidos que apoiaram Dilma têm hoje 52 senadores e passarão a ter 53; os que apoiaram Aécio tem 22 e ficarão com 19. O PSB, no entanto, que esteve com Marina, saltou de 4 para sete. O PMDB e o PT perderam um senador cada um, passando, respetivamente, para 18 e 12 parlamentares. O PSDB caiu de 12 para 10, e o PTB, de 6 para 3. O PCdoB também murchou: tinha dois e contará com apenas 1. Além do PSB, ganharam parlamentares o PDT, de 6 para 8; o PSD, de 1 para 3, e o DEM, de 4 para 5. Vejam quadro.
Os partidos que apoiaram Dilma têm hoje 52 senadores e passarão a ter 53; os que apoiaram Aécio tem 22 e ficarão com 19. O PSB, no entanto, que esteve com Marina, saltou de 4 para sete. O PMDB e o PT perderam um senador cada um, passando, respetivamente, para 18 e 12 parlamentares. O PSDB caiu de 12 para 10, e o PTB, de 6 para 3. O PCdoB também murchou: tinha dois e contará com apenas 1. Além do PSB, ganharam parlamentares o PDT, de 6 para 8; o PSD, de 1 para 3, e o DEM, de 4 para 5. Vejam quadro.
Dilma, se eleita, continua com uma base sólida. Mas Aécio também
não teria grandes dificuldades para negociar. PT, PC do B e PSOL (14
parlamentares) certamente ficariam na oposição. Sobrariam 67 senadores para
dialogar.
O que estou dizendo, meus caros, é que tanto Dilma como Aécio
conseguiriam fazer maiorias folgadas no Congresso, inclusive para encaminhar
reformar constitucionais. Boas reformas se o governo for bom; más reformas se o
governo for mau.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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