Por Augusto Nunes
Em junho de 2011, às
vésperas do 80° aniversário de Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff enviou
ao ex-presidente a mensagem abaixo reproduzida:
"Em seus 80 anos há
muitas características do senhor Fernando Henrique Cardoso a homenagear. O
acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano
duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente
para a consolidação da estabilidade econômica. Mas quero aqui destacar também o
democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os
dias de hoje. Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo
como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia
brasileira em seus oito anos de mandato. Fernando Henrique foi o primeiro
presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor
oposicionista igualmente eleito. Não escondo que nos últimos anos tivemos e
mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração
por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias. Querido
presidente, meus parabéns e um afetuoso abraço!"
Desesperada com as nuvens
negras no horizonte do segundo turno, a candidata a mais um mandato agora
enxerga um Grande Satã que quebrou o país três vezes onde há apenas três anos
havia "o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o
presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade
econômica". Também acusa de inimigo dos eleitores nordestinos “o homem público
que foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito
anos de mandato”.
A Dilma da carta de 2011
traduziu o que pensam todos os brasileiros que veem as coisas como as coisas
são. A Dilma da discurseira do segundo turno diz o que Lula ordena. É o abraço
dos afogados.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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