Informações inéditas
sobre pagamentos ilícitos a Lula e a campanhas do PT, segundo Palocci,
ex-braço-direito de Dilma e do próprio Lula
Caro leitor,
Antonio Palocci desapareceu da vida pública
brasileira em 2016, ao ser preso pela Lava Jato.
Mas não podemos esquecer: ele foi um dos
personagens mais poderosos da era petista, tanto no governo Lula quanto na
gestão Dilma Rousseff.
Comandou esses governos tanto na área econômica
quanto política.
Depois de anos de negociação com a PF, o
ex-todo-poderoso dos petistas enfim encerrou sua delação.
É um calhamaço contendo 39 anexos.
Neles, o ex-ministro elenca uma série de pagamentos
ilícitos feitos a ele, a Lula e a campanhas do partido.
Os repórteres Fabio Serapião e Fabio Leite tiveram
acesso exclusivo ao material:
Entre os cardeais petistas, teriam sido
beneficiadas as campanhas de políticos como Gleisi Hoffmann, Fernando Pimentel
e Lindberg Farias.
Milhões teriam sido despejadas nas campanhas deles.
Entre os pagadores, Palocci acusa grandes
instituições financeiras, como o banco BGT Pactual, de André Esteves, além de
Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Safra e Santander.
Também são citadas grandes empresas de outros
setores, como Ambev, Camargo Corrêa, Grupo Silvio Santos, Qualicorp… a
lista é longa.
Todos, segundo Palocci, teriam feito pagamentos
ilícitos em troca de favores dos dirigentes petistas.
Leia a seguir um trecho da reportagem exclusiva, em
que Palocci narra seus negócios com André Esteves, do BTG:
Em um dos capítulos, precisamente o de número 9,
Palocci narra suas práticas espúrias com o banqueiro ao longo de quase dez anos
e detalha como iniciou a trama dentro do Palácio do Planalto para que o Banco
Central pudesse ajudar na campanha de Dilma em 2010. Ele conta que, para o
esquema dar certo, era preciso tirar Henrique Meirelles do comando do BC e
colocar alguém que pudesse vazar as informações ao PT. Há detalhes. Palocci diz
que em 2009, quando era deputado federal, recebeu de Lula, em uma reunião à
noite no Palácio da Alvorada, um pedido para comunicar Meirelles que ele seria
demitido. O posto seria ocupado pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo. No
encontro estavam presentes Mantega e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de
Lula…
Palocci afirma que dias após o encontro conseguiu
convencer Lula a manter Meirelles até o fim do governo… Era 2010. Naquele ano,
André Esteves, que já havia se livrado de uma punição no Conselho de Recursos
do Sistema Financeiro Nacional em 2005 com a ajuda de Palocci em troca de uma
doação de 4 milhões de reais para a campanha à reeleição de Lula em 2006,
procurou novamente o ex-ministro. Ofereceu dinheiro para a campanha de Dilma. A
ideia era resgatar o plano frustrado do BC no ano anterior e “ser um grande
parceiro” no próximo mandato petista. Segundo o delator, 7 milhões de reais do
BTG abasteceram a vitoriosa campanha presidencial, dos quais 5 milhões de reais
por fora. Em 1º de janeiro de 2011, Alexandre Tombini assumiu o comando do
Banco Central e a trama arquitetada por Mantega e Esteves finalmente se
desenrolou, conta Palocci.
O caso mais emblemático ocorreu em agosto do ano
seguinte, 2011. Segundo Palocci, Tombini informou Mantega e Dilma em uma
reunião que, após dois anos de alta, o BC iria reduzir a taxa Selic de 12,5%
para 12%. Mantega, então, teria repassado a informação privilegiada para
Esteves, antes da divulgação da decisão pelo Copom. De acordo com a delação, o
BTG realizou nos dias seguintes uma série de operações no mercado financeiro
obtendo lucros muito acima da média. Após as operações, o patrimônio do Fundo
Bintang, administrado pelo BTG, cresceu de 20 milhões para 38 milhões de reais
em menos de três meses… Em contrapartida pela informação privilegiada, Esteves
teria doado 9,5 milhões de reais para a campanha à reeleição de Dilma, em 2014,
e repassado 10% dos lucros obtidos pelo Bintang a Lula…
A reportagem revela muito mais.
A partir da extensa delação de Palocci, mostram
quem são os políticos e as grandes empresas acusadas pelo ex-braço-direito de
Lula e Dilma
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