Artigo de Demóstenes Torres, no "Blog do Noblat":
O corpo diplomático brasileiro em Nova York está em euforia por mais uma indicação ao assento temporário no Conselho de Segurança da ONU. O otimismo é tamanho que partidários da dupla Garcia/Amorim acreditam na aurora de uma vaga permanente como prêmio pela maneira com que o Brasil tem lidado com as questões internacionais nos últimos anos.
Em vez de láurea, merece castigo. Líderes dos países com cadeira definitiva passam a sensação de que esperam pragmatismo, não malabarismos diplomáticos ou inovações canhestras.
A verdade é que a diplomacia inaugurada nos trópicos tem forte apelo amorinístico e flerta perigosamente com a irresponsabilidade.
Para os grandes, não seria sensato entregar voz na solução de conflitos mundiais a uma nação cujo chanceler acredita ser natural o Irã possuir projeto nuclear belicista, ou que mantém parceria que beira a subserviência com a Venezuela, comandada com mão de ferro e garganta de aço por Hugo Chávez.
Apesar de declarações públicas favoráveis de nações importantes, foi ruim a repercussão de ceder a própria embaixada em Tegucigalpa para comitê de Manuel Zelaya. As companhias ruins são “o” problema brasileiro, pois elas ignoram as posições da ONU ou simplesmente não reconhecem seu poder.
A pujante economia brasileira, quando as autoridades não atrapalham, acena para a ascensão ao restrito grupo dos países desenvolvidos. As commodities caminham para se tornarem a principal moeda de troca no século XXI, apesar de nossos gargalos em infra-estrutura – portos e aeroportos péssimos, ferrovias esquecidas, rodovias estilo solo lunar.
Esses e outros fatores conclamam o Brasil a assumir posição de destaque, mas o mundo desenvolvido se pergunta: de que lado do muro estaremos? Cultuando o muro de Berlim, como o chanceler-mor Marco Aurélio Garcia? Em cima do muro nas questões que demandam escolha? Ou do lado errado, endossando ditaduras estilo Cuba?
As respostas estão na vocação natural do Brasil para entrar no clube dos ricos, mas não com o chapéu na mão, como tem acontecido.
A política externa atual prefere o país como estrela dos esfarrapados a coadjuvante entre os que interessam. A proximidade com o terceiro mundo, o quarto mundo e outros imundos só agrada a Garcia e ao novo petista Celso Amorim.
O Brasil tem potencial para liderança, mas pretende exercê-la com quem não quer ser liderado: Bolívia, Equador, Paraguai, africanos. Prefere jogar para a plateia dos 80% que formam o baixíssimo clero da ONU a conviver de igual para igual com EUA, Alemanha, França, Japão e assemelhados.
O Brasil tem que descer do muro e acabar com as posições dúbias. É isso que esperam a ONU e todo o cenário internacional. Um exemplo é a volta ao espaço temporário no Conselho de Segurança, pois na vez anterior que ocupou o posto, no início do governo Lula, rejeitou sanções contra o Sudão.
Como a turma é a mesma, não se pode esperar nada além de tapete vermelho (com estrelinha do broche de Amorim) sob Ahmadinejad.
Para o Brasil galgar a posição que merece, precisa também rechaçar com veemência o terceiro-mundismo, o chavismo, a falta de liberdade de imprensa e a violação aos direitos humanos.
Afagos a Obama não garantem cadeira definitiva entre as potências. Sem pragmatismo, vamos continuar apenas na esperança.
* Demóstenes Torres (DEM-GO), colaborador fixo deste blog, acompanha a 64ª Assembleia Geral da ONU como observador representando o Senado brasileiro.
O corpo diplomático brasileiro em Nova York está em euforia por mais uma indicação ao assento temporário no Conselho de Segurança da ONU. O otimismo é tamanho que partidários da dupla Garcia/Amorim acreditam na aurora de uma vaga permanente como prêmio pela maneira com que o Brasil tem lidado com as questões internacionais nos últimos anos.
Em vez de láurea, merece castigo. Líderes dos países com cadeira definitiva passam a sensação de que esperam pragmatismo, não malabarismos diplomáticos ou inovações canhestras.
A verdade é que a diplomacia inaugurada nos trópicos tem forte apelo amorinístico e flerta perigosamente com a irresponsabilidade.
Para os grandes, não seria sensato entregar voz na solução de conflitos mundiais a uma nação cujo chanceler acredita ser natural o Irã possuir projeto nuclear belicista, ou que mantém parceria que beira a subserviência com a Venezuela, comandada com mão de ferro e garganta de aço por Hugo Chávez.
Apesar de declarações públicas favoráveis de nações importantes, foi ruim a repercussão de ceder a própria embaixada em Tegucigalpa para comitê de Manuel Zelaya. As companhias ruins são “o” problema brasileiro, pois elas ignoram as posições da ONU ou simplesmente não reconhecem seu poder.
A pujante economia brasileira, quando as autoridades não atrapalham, acena para a ascensão ao restrito grupo dos países desenvolvidos. As commodities caminham para se tornarem a principal moeda de troca no século XXI, apesar de nossos gargalos em infra-estrutura – portos e aeroportos péssimos, ferrovias esquecidas, rodovias estilo solo lunar.
Esses e outros fatores conclamam o Brasil a assumir posição de destaque, mas o mundo desenvolvido se pergunta: de que lado do muro estaremos? Cultuando o muro de Berlim, como o chanceler-mor Marco Aurélio Garcia? Em cima do muro nas questões que demandam escolha? Ou do lado errado, endossando ditaduras estilo Cuba?
As respostas estão na vocação natural do Brasil para entrar no clube dos ricos, mas não com o chapéu na mão, como tem acontecido.
A política externa atual prefere o país como estrela dos esfarrapados a coadjuvante entre os que interessam. A proximidade com o terceiro mundo, o quarto mundo e outros imundos só agrada a Garcia e ao novo petista Celso Amorim.
O Brasil tem potencial para liderança, mas pretende exercê-la com quem não quer ser liderado: Bolívia, Equador, Paraguai, africanos. Prefere jogar para a plateia dos 80% que formam o baixíssimo clero da ONU a conviver de igual para igual com EUA, Alemanha, França, Japão e assemelhados.
O Brasil tem que descer do muro e acabar com as posições dúbias. É isso que esperam a ONU e todo o cenário internacional. Um exemplo é a volta ao espaço temporário no Conselho de Segurança, pois na vez anterior que ocupou o posto, no início do governo Lula, rejeitou sanções contra o Sudão.
Como a turma é a mesma, não se pode esperar nada além de tapete vermelho (com estrelinha do broche de Amorim) sob Ahmadinejad.
Para o Brasil galgar a posição que merece, precisa também rechaçar com veemência o terceiro-mundismo, o chavismo, a falta de liberdade de imprensa e a violação aos direitos humanos.
Afagos a Obama não garantem cadeira definitiva entre as potências. Sem pragmatismo, vamos continuar apenas na esperança.
* Demóstenes Torres (DEM-GO), colaborador fixo deste blog, acompanha a 64ª Assembleia Geral da ONU como observador representando o Senado brasileiro.
2 comentários:
Enquanto estivermos com estes petistas, os Amorins e os MAGarcias da vida nos representando, melhor ficarmos só na esperança, mesmo.
Texto de Danilo Gentili que foi censurado pelo jornal Metro News
O recordista no podium dos otários.....
RIO 2016!
Texto de Danilo Gentili que foi censurado pelo jornal Metro News
Todo mundo feliz que o Rio vai sediar as Olimpiadas 2016. E os governantes
do Rio mais ainda. São eles que vão superfaturar as obras olímpicas, passar
a mão na nossa grana e investi-la no tráfico de drogas. E o povo comemora!
Nos Jogos Pan-Americanos 2007 o Rio não cumpriu quase nenhuma das
promessas/exigências. Mas vamos nos alegrar! É dado uma nova oportunidade
para não cumpri-las de novo!
Minha amiga Denise Dambros jura de pé junto que os responsáveis pelos fogos
de abertura das Olimpiadas 2016 serão os traficantes do morro.
Ela disse também que a Olímpiadas pode ser confusa. Os corredores nunca
saberão ao certo se aquilo que acabaram de ouvir foi mesmo o tiro de
largada.
Eu já posso até dar meus palpites de quem leva o maior número de ouro pra
casa: Os trombadinhas. E os governantes e as empreeiteiras de seus
compadres, claro. Já tinha falado disso no começo do texto.
Quando o atleta chegar no podium vai ter um flanelinha guardando seu lugar.
Aposto que os atletas estarão liberados do exame anti-doping, afinal, como
proibir que desfrutem da maior fonte de renda da cidade?
As olimpiadas do Rio será a prova definitiva que o Michael Phelps realmente
é o melhor do mundo. Se ele conseguir bater algum recorde nadando com o
colete a prova de balas, então ele é o cara.
Isso tudo é piada de mal gosto. Me perdoem. O Rio em 2016 será tranquilo e
perfeito. A polícia vai fazer um acordo com os tranficantes que será mais
ou menos assim: “Deixem a época Olímpica em paz e nós deixaremos vocês
dominarem o Rio em Paz durante um longo período depois”. E o povo comemora.
O importante é o final feliz da novela de mentirinha, não importa que serão
reféns depois na vida real.
Meus pais pareciam chatos e duros quando eu era criança. Mas quando eu
cresci vi que eles tinham razão. Eles só deixavam eu comer a sobremesa se
antes comesse todo o arroz com feijão. Isso garantiu meu crescimento
saudavel. Eu estaria muito feliz com a Olimpiadas no Brasil se antes disso
esse mesmo Brasil tivesse uma justa distribuição de renda, ensino e saúde
de qualidade e se a cidade sede das olimpiadas não fosse tambem a cidade
sede de tanta familia desfeita por drogas, morte violenta e fonte de
hipocrisia e corrupção aliada ao trafico de drogas. Como eu cresceria se
comesse a sobremesa sem comer antes os legumes? Banguelo, anêmico, com
deficit de vitaminas e achando que posso fazer qualquer coisa quando na
verdade não passo de um tremendo idiota.
Quando Lula disse que "não é porque o Brasil tem problemas que não pode
sediar uma Olimpiadas" ele enraizou ainda mais no consciente do zé povinho
o que move (ou deixa de mover) o brasileiro: A idéia que merecemos as
coisas por esmola. “Não somos melhores que Chicago, Madrid e muito menos
que Tóquio. Definiticamente não merecemos mais que eles... mas poxa... dá
as Olimpiadas de esmolinha ai pelo amor de Deus... somos pobrezinhos...
vai...”
Mas vamos comemorar! Finalmente o Brasil terá a enorme honra de ter o mundo
inteiro olhando só pra ele em 2016 enquanto assiste Estados Unidos, China,
Cuba, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Suécia... nos derrotando em
nosso próprio solo.
Brasileiro se acha tão feliz e malandro, mas na verdade, no podium dos
otários é sempre o recordista.
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