Por Samuel Celestino
Não há sequer miragem no deserto político baiano, muito menos quadros que tenham condições de se impor, com luz própria, para disputar cargos maiores disponíveis nas eleições do próximo ano. Vive-se o velho, o antigo, talvez um deserto de incompetência que não desperta curiosidade, quanto mais interesse no eleitor. Faltam talentos.
Ninguém se sobressaiu no secretariado do governo Jaques Wagner, com minúsculas exceções. Nem na Assembleia Legislativa. Simplesmente porque inexistem talentos disponíveis. Não se trata apenas da Bahia, um Estado com 60% do seu território no semiárido, mas na aridez total quando se trata de políticos e de competências.
Também, no país, de modo geral, o deserto está presente em torno do presidente Lula, onde ele só enxerga pedregulhos.
Sem outra saída, criou Dilma, que serve ao seu deleite popularesco, mas encontra dificuldades para apresentá-la como candidata. A ministra não transmite nem desperta nada: não tem luz própria, é um mero jarro que o presidente carrega de um lado para o outro, em atividade política aberta, expondo-a para um público desinteressado com o que vê e ouve.
Sem carisma, sem discurso, com algumas frasezinhas cunhadas e decoradas, que não despertam a sensibilidade de ninguém. O que toca é a sua forma rude de se comunicar, tida como uma pessoa difícil, impositiva, sem fineza no trato, muito pelo contrário. Embora mulher, é do tipo que chuta canelas e dispara desaforos.
Há muitos casos envolvendo seus maus tratos, inclusive em relação a baianos bem-educados,como é exemplo Sérgio Gaudenzi, um homem suave no seu relacionamento político e pessoal.
As políticas baianas e brasileiras me fazem lembrar a composição Cartomante, interpretada por Elis Regina, de Ivan Lins e Victor Martins: “Cai o rei de espadas/ Cai o rei de ouros/ Cai o rei de paus/ Cai, não fica nada”. Caíram, de fato, as cartas. Ficou o vazio na mesa. Quem são os políticos na Bahia que podem se apresentar como candidatos que despertam interesse dos eleitores? Vamos excluir os três candidatos a governador, Jaques Wagner, Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, embora o ministro da Integração Nacional diga e insista no que diz que o único novo é ele, na medida em que Souto já foi governador duas vezes, senador, vice-governador e secretário de Estado. Diz que Wagner se tornou velho no governo que realiza, enquanto ele é o único que pode mostrar uma nova forma de governar.
Discurso ou verdade? Jogo de palavras para a campanha ou não? A resposta fica por conta dos leitores, porque não é neste campo que pretendo desenvolver a minha análise.
Teremos, pelo menos, seis candidatos ao Senado. Na eleição passada, na ausência de nomes, Wagner colocou João Durval, um homem sereno.
Não há sequer miragem no deserto político baiano, muito menos quadros que tenham condições de se impor, com luz própria, para disputar cargos maiores disponíveis nas eleições do próximo ano. Vive-se o velho, o antigo, talvez um deserto de incompetência que não desperta curiosidade, quanto mais interesse no eleitor. Faltam talentos.
Ninguém se sobressaiu no secretariado do governo Jaques Wagner, com minúsculas exceções. Nem na Assembleia Legislativa. Simplesmente porque inexistem talentos disponíveis. Não se trata apenas da Bahia, um Estado com 60% do seu território no semiárido, mas na aridez total quando se trata de políticos e de competências.
Também, no país, de modo geral, o deserto está presente em torno do presidente Lula, onde ele só enxerga pedregulhos.
Sem outra saída, criou Dilma, que serve ao seu deleite popularesco, mas encontra dificuldades para apresentá-la como candidata. A ministra não transmite nem desperta nada: não tem luz própria, é um mero jarro que o presidente carrega de um lado para o outro, em atividade política aberta, expondo-a para um público desinteressado com o que vê e ouve.
Sem carisma, sem discurso, com algumas frasezinhas cunhadas e decoradas, que não despertam a sensibilidade de ninguém. O que toca é a sua forma rude de se comunicar, tida como uma pessoa difícil, impositiva, sem fineza no trato, muito pelo contrário. Embora mulher, é do tipo que chuta canelas e dispara desaforos.
Há muitos casos envolvendo seus maus tratos, inclusive em relação a baianos bem-educados,como é exemplo Sérgio Gaudenzi, um homem suave no seu relacionamento político e pessoal.
As políticas baianas e brasileiras me fazem lembrar a composição Cartomante, interpretada por Elis Regina, de Ivan Lins e Victor Martins: “Cai o rei de espadas/ Cai o rei de ouros/ Cai o rei de paus/ Cai, não fica nada”. Caíram, de fato, as cartas. Ficou o vazio na mesa. Quem são os políticos na Bahia que podem se apresentar como candidatos que despertam interesse dos eleitores? Vamos excluir os três candidatos a governador, Jaques Wagner, Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, embora o ministro da Integração Nacional diga e insista no que diz que o único novo é ele, na medida em que Souto já foi governador duas vezes, senador, vice-governador e secretário de Estado. Diz que Wagner se tornou velho no governo que realiza, enquanto ele é o único que pode mostrar uma nova forma de governar.
Discurso ou verdade? Jogo de palavras para a campanha ou não? A resposta fica por conta dos leitores, porque não é neste campo que pretendo desenvolver a minha análise.
Teremos, pelo menos, seis candidatos ao Senado. Na eleição passada, na ausência de nomes, Wagner colocou João Durval, um homem sereno.
Já tinha sido prefeito de Feira de Santana duas vezes (a última renunciou), deputado federal em diversos mandatos, secretário de Estado e governador da Bahia. Durval está no Senado.
E para a eleição que chega? Wagner procura tal qual Diógenes, o filósofo, que chegou a Atenas e fez de um tonel a sua casa. Conta-se que, durante o dia, saíacom uma lanterna na mão e explicava: “Procuro um homem”. Pois bem, o governador está com uma lanterna procurando candidatos ao Senado para a sua chapa. Quem poderia ser? Otto Alencar (que é das antigas), Walter Pinheiro, um dos destaques do seu secretariado? Aliás, o grande problema da gestão do governador está no seu secretariado, que, de maneira geral, é fraco e não dá liga, não se entrosa. Cada nome se vincula a uma tendência do PT ou ruge como Leão integrante de outros partidos com nomes medíocres. Tem Eva Chiavon, tem Walmir Assunção, e paro por aqui para não cometer injustiças, inclusive com Nelson Pelegrino. De resto, há figuras menores que não teriam lugar nem como assessor de vereador. Ainda para o Senado, há César Borges.
Tem feito um bom trabalho, mas é revelação? É novo? Não. Já foi deputado, secretário, vice-governador, governador e senador. E quem mais? Girem a roleta e observem o grupo de Geddel. Ele foi apenas deputado federal e agora, há três anos, é ministro.
De resto, se entrincheirou contra o carlismo, numa dura luta como tantos outros a fizeram.
E ganharam. Não tem nomes.
O PMDB até outro dia era um aglomerado que cabia num caminhão pau-de-arara e hoje é uma legenda grande e organizada. No PSB, há Lídice da Mata, que já foi prefeita.
No DEM, cita-se ACM Neto, mas está fora. É candidato a federal.
Perdeu a campanha de prefeito em Salvador. Embora talentoso, tem muito o que andar e reescrever os seus caminhos, retirando pedras, consequência da herança recebida que, no entanto, teve o seu lado bom, tanto que é um dos principais deputados federais.
Mas não pode esconder, nem o faz, que herdou algumas dificuldades que, numa imagem, transformei-a em pedras. No DEM, há também José Carlos Aleluia, forte nome na Câmara dos Deputados.
Está entre os novos porque só foi deputado em sua carreira política. Incluo ainda, correndo a minha cuia ou rede de pescar políticos, o ex-prefeito de Feira José Ronaldo.
Citaram até Waldir Pires, um político de lastro intelectual como poucos, mas com 82 anos. Quem mais? Quem mais? Quem diz mais nomes? Ah! João Henrique, prefeito de Salvador, que me negou ser candidato a senador na chapa de Geddel. Aceitei, escrevi, publiquei, mas não duvido que mude de ideia. Pronto! Creio que rodei o holofote procurando homens (e lá vem Diógenes).
Agora, pergunto: e a Câmara Federal, e a Assembleia Legislativa.
Saara puro. Só com camelo para entrar na AL e percorrê-la, porque lá só tem beduíno.
Na Câmara dos Deputados, de igual modo.
Mas fiquem tranquilos. A Bahia se democratizou. O período é de transição de uma era para novos tempos. Quem sabe se não surgem bons nomes públicos para a administração e para política? Para a administração, fica difícil, porque a tendência do PT é aparelhar, é servir às suas tendências, apascentar os sindicalistas, e daí não surgem coelhos.
E para a eleição que chega? Wagner procura tal qual Diógenes, o filósofo, que chegou a Atenas e fez de um tonel a sua casa. Conta-se que, durante o dia, saíacom uma lanterna na mão e explicava: “Procuro um homem”. Pois bem, o governador está com uma lanterna procurando candidatos ao Senado para a sua chapa. Quem poderia ser? Otto Alencar (que é das antigas), Walter Pinheiro, um dos destaques do seu secretariado? Aliás, o grande problema da gestão do governador está no seu secretariado, que, de maneira geral, é fraco e não dá liga, não se entrosa. Cada nome se vincula a uma tendência do PT ou ruge como Leão integrante de outros partidos com nomes medíocres. Tem Eva Chiavon, tem Walmir Assunção, e paro por aqui para não cometer injustiças, inclusive com Nelson Pelegrino. De resto, há figuras menores que não teriam lugar nem como assessor de vereador. Ainda para o Senado, há César Borges.
Tem feito um bom trabalho, mas é revelação? É novo? Não. Já foi deputado, secretário, vice-governador, governador e senador. E quem mais? Girem a roleta e observem o grupo de Geddel. Ele foi apenas deputado federal e agora, há três anos, é ministro.
De resto, se entrincheirou contra o carlismo, numa dura luta como tantos outros a fizeram.
E ganharam. Não tem nomes.
O PMDB até outro dia era um aglomerado que cabia num caminhão pau-de-arara e hoje é uma legenda grande e organizada. No PSB, há Lídice da Mata, que já foi prefeita.
No DEM, cita-se ACM Neto, mas está fora. É candidato a federal.
Perdeu a campanha de prefeito em Salvador. Embora talentoso, tem muito o que andar e reescrever os seus caminhos, retirando pedras, consequência da herança recebida que, no entanto, teve o seu lado bom, tanto que é um dos principais deputados federais.
Mas não pode esconder, nem o faz, que herdou algumas dificuldades que, numa imagem, transformei-a em pedras. No DEM, há também José Carlos Aleluia, forte nome na Câmara dos Deputados.
Está entre os novos porque só foi deputado em sua carreira política. Incluo ainda, correndo a minha cuia ou rede de pescar políticos, o ex-prefeito de Feira José Ronaldo.
Citaram até Waldir Pires, um político de lastro intelectual como poucos, mas com 82 anos. Quem mais? Quem mais? Quem diz mais nomes? Ah! João Henrique, prefeito de Salvador, que me negou ser candidato a senador na chapa de Geddel. Aceitei, escrevi, publiquei, mas não duvido que mude de ideia. Pronto! Creio que rodei o holofote procurando homens (e lá vem Diógenes).
Agora, pergunto: e a Câmara Federal, e a Assembleia Legislativa.
Saara puro. Só com camelo para entrar na AL e percorrê-la, porque lá só tem beduíno.
Na Câmara dos Deputados, de igual modo.
Mas fiquem tranquilos. A Bahia se democratizou. O período é de transição de uma era para novos tempos. Quem sabe se não surgem bons nomes públicos para a administração e para política? Para a administração, fica difícil, porque a tendência do PT é aparelhar, é servir às suas tendências, apascentar os sindicalistas, e daí não surgem coelhos.
Um comentário:
Samuel Celestino falando como se na Bahia, só AGORA, depois que o PFL foi substituído pelo petismo, é que a democracia passou a existir. Nunca se viu uma Bahia tão largada, tão carente e tão desesperançada, como está hoje! Nessa de "quem sabe se não surjem...", Samuel Celestino parece deixar claro que torce prá que o DEM não seja uma opção. Pior prá ele, porque os governadores do PFL sempre souberam escolher e muito bem os seus secretários. Já dizia ACM: "Tenho amigos bons e maus, mas prá governar, só escolho os bons".
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