Por Cesar Maia
Com a ampla, geral e irrestrita
vitória do impeachment de Dilma, o Rio de Janeiro requer e precisa que o
senador Renan Calheiros coloque imediatamente em plenário a votação da aceitação
da denúncia contra a presidenta. Isto a afastaria das funções e permitiria que
uma questão crítica e fundamental como os Jogos Olímpicos 2016 não tenha
solução de continuidade, pois seria gravemente prejudicado.
O governo federal, ao lado da prefeitura
do Rio, tem sido fundamental para a realização dos Jogos Olímpicos. O Estado
está quebrado e é carta fora do baralho. As obras -seja de equipamentos
esportivos como urbanos- entram na fase decisiva de finalizações.
A Prefeitura do Rio está com sua capacidade
financeira esgotada para essas obras. A finalização destas e, portanto, a
realização dos Jogos Olímpicos depende crucialmente do governo federal. O
primeiro ministro da Hungria, em reunião da IDC em Lisboa, dia 14/04, perguntou
ao representante brasileiro Cesar Maia como estava vendo esse quadro. Maia
respondeu que pode ser que os JJOO-2016 percam brilho mas que esportivamente
está tudo bem. E ele perguntou: Mesmo com Dilma em situação de impeachment?
Maia disse que sim. Assim também perguntaram diversos outros líderes. Mas..., é
exatamente assim?
Tem razão o premiê da Hungria. Em
seu blog, sábado 16, no Globo Online, o jornalista e colunista Jorge Bastos
Moreno escreveu: "A presidente Dilma confessou a um interlocutor sua
imensa decepção com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de quem disse que 'não
esperava tamanha traição' na votação do impeachment: - O Cabral, não! Ele já
tinha votado contra mim uma vez. Dele eu não espero nada. Mas, o Paes, por tudo
que já fiz por ele, sua posição agora me entristece muito".
A conhecida forma de Dilma reagir
com o fígado aos desafetos - pessoas e situações - traz a certeza que nada fará
daqui por diante pelos JJOO. Faltam três meses apenas. Prazo estreito para as
decisivas finalizações dos equipamentos olímpicos e urbanos. E não há
alternativa fora do governo federal em quase todos os casos relativos a
finalizações.
A Polícia do Rio de
Janeiro, que vem recebendo com atraso, e seus aposentados e pensionistas
(muitas vezes pais e mães de policiais, que receberão o salário de março em
maio) precisam ter suas remunerações, proventos e pensões, em dia, assim como
gratificações e funcionamento de seus equipamentos de mobilidade e comunicação.
Se o Governo do Estado do Rio não tem esses recursos, cabe ao governo federal
adiantá-los, completando o necessário. Uma operação padrão durante os JJOO
teria delicadas repercussões.
Por isso tudo, o
Senador Renan Calheiros, presidente do Senado, precisa imediatamente - quem
sabe amanhã mesmo - pautar a matéria e o Senado aceitá-la, o que parece não ser
problema e afastar a presidenta até o julgamento. Collor - por uma ou outra
razão - renunciou nesse momento, abrindo o espaço para a assunção do
vice-presidente Itamar Franco.
Isso é importante
para todo o país, mas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro é fundamental e
decisivo. Em seguida, o vice-presidente Michel Temer designará uma autoridade
de sua confiança com plenos poderes para representar o governo federal e suas
obrigações, em relação às etapas finais garantidoras dos JJOO-2016. É isso que
o Rio espera e aguarda com ansiedade.
Fonte:
"Ex-Blog do Cesar Maia"
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