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No Domingo de Páscoa

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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Democratas usa horário eleitoral na TV para pregar impeachment


Por Josias de Souza

Beneficiado por uma coincidência de calendário, o Democratas exibirá sua propaganda partidária na noite desta quinta-feira, 13, a 72 horas da votação do pedido de impeachment na Câmara. A peça tem dez minutos, dos quais 60% são dedicados a pregar a deposição de Dilma Rousseff e a saudar, por assim dizer, a chegada de um "novo governo". Sem mencionar o nome do vice-presidente Michel Temer, o Democratas praticamente se oferece para participar de um ainda hipotético governo do PMDB.
"Os brasileiros gritam: fora Lula, fora Dilma, porque sabem que nada de bom vai acontecer enquanto o país não tiver um novo governo", declara o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia, no final do comercial. "O Brasil merece e exige o recomeço. E o Democratas está pronto para ajudar, com ideias e propostas, a construir um novo caminho para o nosso Brasil."
A veiculação da propaganda foi agendada na Justiça Eleitoral em dezembro do ano passado. Por mero capricho do tempo, calhou de ir ao ar às vésperas do impeachment de Dilma. E a legenda, velha rival do petismo, cuidou de converter a coincidência numa oportunidade a ser aproveitada.
O comercial abre com cenas gravadas em protestos contra o governo e o PT. Ouvem-se os bordões "fora, Dilma" e "fora, PT". Surge na tela a inscrição: "Impeachment já". E Agripino, manuseando uma metafórica pá de cal: "O governo do PT acabou. […] É hora de um novo começo para o Brasil."
Todas as líderanças escaladas para falar na propaganda endereçaram coroas de flores para o Planalto. "…Não temos mais tempo a perder. É preciso agir rápido para mudar o rumo e começar a construir um novo Brasil", diz, por exemplo, Pauderney Avelino, líder na Câmara. "…Somente um novo governo, com força política e credibilidade será capaz de tirar o Brasil desta crise", ecoa Ronaldo Caiado, líder no Senado.
"Precisamos reconstruir a Petrobras e o setor elétrico, e garantir que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça continuem fazendo o seu trabalho, doa quem doer", afirmou Mendonça Filho, líder da oposição na Câmara, tocando num tema que nem Michel Temer se animou a abordar no discurso antecipado de posse que "vazou" para correligionários.
Suprema ironia: no epílogo do governo de Fernando Collor, em 1992, o presidente reformou seu ministério para tentar salvar o mandato. Vivia às turras com o Congresso. E, sentindo que o chão lhe fugia dos pés, atraiu para a coordenação política do governo o ex-senador catarinense Jorge Bornhausen, do então PFL, hoje rebatizado de Democratas. Era tarde demais. Derretido, o governo Collor escoava pelo ladrão. O vice-presidente Itamar Franco, tratado por Collor a pontapés, já havia inaugurado a temporada de conversas com a oposição.
Hoje, o ministro sem pasta Lula, tenta providenciar para Dilma o socorro que Bornhausen, velho desafeto do petismo, não conseguiu prover para Collor. A diferença é que agora o Democratas está do outro lado do balcão, articulando a favor do impeachment.
Dilma, Lula e o PT só não apanharam durante os dez minutos de duração da propaganda do Democratas porque a legenda dedicou cerca de quatro minutos para trombetear a gestão de ACM Neto na Prefeitura de Salvador. Ele é candidato à reeleição. Em 2018, deve disputar o Governo da Bahia em coligação com o PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Michel Temer.
Fonte: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

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