Por Reinaldo Azevedo
Augusto Nardes, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU),
afirmou que o escândalo da Petrobras - ou a soma de escândalos - é o maior
jamais apurado pelo tribunal. Ele nem precisava ter dito isso, é claro! Nós já
sabíamos! E, convenham, isso é o que veio a público até agora. O conjunto soma
R$ 3 bilhões. Eis aí a evidência de que os ladrões perderam a modéstia no
Brasil, não é mesmo?
Atenção: nesses R$ 3 bilhões não estão os US$ 792 milhões - sim,
setecentos e noventa e dois milhões de dólares - de prejuízo com a desastrada
compra da refinaria de Pasadena. O ministro se refere a irregularidades constatadas
nas refinarias Abreu e Lima; em Pernambuco; Duque de Caxias (Reduc), no Rio; e
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
Atenção! É bom não confundir alhos com bugalhos. O Decreto 2.745,
de 1998, permite à Petrobras contratar empresas na modalidade "convite", sem se
subordinar à Lei de Licitações. O TCU já multou a estatal várias vezes, que fez
o óbvio: recorreu ao Supremo. Afinal, existe uma lei que permite o
procedimento. A questão está parada no STF.
Os R$ 3 bilhões apontados pelo tribunal nada têm a ver com essa
questão que envolve a Lei de Licitações. A soma apontada por Nardes diz
respeito a evidências de outras irregularidades. Não custa lembrar que, segundo
depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, Abreu e Lima era um dos
empreendimentos, digamos, favoritos da quadrilha.
Avisou
Na entrevista coletiva que concedeu, Nardes diz ter advertido o governo sobre as irregularidades na Petrobras. Citou explicitamente o nome da então ministra Gleisi Hoffmann como uma das interlocutoras. Nada foi feito. Gleisi, não custa lembrar, é acusada de ter recebido R$ 1 milhão do esquema para financiamento de campanha. Ainda na gestão Lula, o tribunal recomendou a suspensão de recursos para as refinarias Abreu e Lima e Comperj. O parecer foi aprovado pelo Congresso, mas Lula vetou e mandou tocar as obras. O resultado está aí. Só nesses dois empreendimentos, as irregularidades apontadas chegam a R$ 2 bilhões.
Na entrevista coletiva que concedeu, Nardes diz ter advertido o governo sobre as irregularidades na Petrobras. Citou explicitamente o nome da então ministra Gleisi Hoffmann como uma das interlocutoras. Nada foi feito. Gleisi, não custa lembrar, é acusada de ter recebido R$ 1 milhão do esquema para financiamento de campanha. Ainda na gestão Lula, o tribunal recomendou a suspensão de recursos para as refinarias Abreu e Lima e Comperj. O parecer foi aprovado pelo Congresso, mas Lula vetou e mandou tocar as obras. O resultado está aí. Só nesses dois empreendimentos, as irregularidades apontadas chegam a R$ 2 bilhões.
De fato, caros leitores, nunca antes da história
deste país houve uma roubalheira nessa dimensão. Já se sabe, também, que
mensalão e petrolão eram duas das cabeças da hidra. Por que a gente deveria
supor que o padrão de governança em outras estatais era diferente? Afinal, as
nomeações para cargos de confiança obedecem à mesma lógica política. E sempre
nos cabe a pergunta óbvia, de resposta igualmente óbvia: por que um partido
político faz tanta questão de ter a diretoria de uma estatal? Que tipo de,
digamos, cultivo ideológico ele pode fazer por lá? Ninguém dirige uma estatal
para divulgar ideias, não é mesmo?
O escândalo pantagruélico da Petrobras evidencia que existe um
país que se move nas sombras. E agora Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann devem
explicações: foram ou não foram alertadas pelo Tribunal de Contas da União. Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário