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terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Inclusão do Brasil na 'Pátria Grande' bolivariana é traição!"

Por Percival Puggina
Doravante, cada vez mais, você ouvirá falar de "Pátria Grande". A expressão é cunhada nas elucubrações do Foro de São Paulo. Designa a unidade geopolítica a ser construída através da exportação do comunismo cubano e venezuelano aos demais países da outrora chamada América Latina ou Ibero-América, em marcha para se tornar "Pátria Grande". Pátria grande uma pinóia! 
Exceto nas cabeças petistas, o Brasil nada tem a ver com essas pequenas nações que outrora integraram a Coroa espanhola. Se elas sonham com deitar à sombra da economia brasileira, se creem que continuarão, vida afora, contando com as prodigalidades proporcionadas pelo governo petista em seus sonhos de hegemonia continental, podem armar suas redes noutras varandas. Tivemos origem diversa, cursamos rumos diferentes na História e os dias do PT estão contados. Julgo oportuna esta advertência porque, do jeito que a coisa vai, em breve haverá bolivianos, salvadorenhos e nicaraguenses fazendo projetos com os recursos do pré-sal... Vamos parar com isso! E vamos parar já. 
Um dos elementos da identidade brasileira cuja construção inspira justificado sentimento de orgulho é a unidade do território e da língua comum. Ao longo dos séculos, essa não foi uma conquista fácil. Não nos faltaram invasores nem traidores. Não nos faltaram divisionistas e, em muitos momentos, não nos faltaram motivos para a divisão. A América Espanhola, seja como território, seja pelo vulto dos recursos populacionais, seja pelos minerais preciosos disponíveis para o custeio do povoamento, andou melhor e ensejou mais rápida prosperidade ao projeto da Coroa espanhola. Portugal, a seu turno, era carente de recursos humanos e materiais e o Brasil nunca lhe foi fonte de abundantes riquezas. Povoar defender um país continental, guardar a extensa Costa Atlântica, muito acessível à cobiça de ingleses, franceses, holandeses, envolveu gastos elevadíssimos. No entanto, enquanto o Brasil permaneceu unido, eles se dividiram e pagam a conta da divisão. Agora os bolivarianos querem "Pátria Grande". E conosco... 
Quando, no início do século 19, Napoleão invadiu a Península Ibérica, a Coroa portuguesa percebeu que deveria mudar-se para o Estado do Brasil. O Brasil era, desde sempre, Província e Estado de Portugal como qualquer outro Estado lusitano. O ineditismo caracterizado pela transferência da Coroa para América foi motivo de surpresa em Portugal e de alegria no Brasil. Cogitaram do mesmo, mas não levaram a cabo suas intenções, os reis de Espanha, Carlos IV e Maria Luísa. Essa hesitação e demora, ensejou a invasão francesa e a designação de José Bonaparte para o trono espanhol. Nesse momento rompeu-se o laço com a matriz ibérica e com os Bourbons, desencadeou-se uma sucessão de fracionamentos e surgiram muitas novas nações, governadas por caudilhos e déspotas locais. Já o Brasil, com D. João, D. Pedro I e D. Pedro II, manteve-se uno, seja nas guerras da Independência, seja nas da República. 
Essa história e nossa identidade não são patrimônio de desmiolados que deveriam estar declamando noutra freguesia seus projetos de Napoleão de hospício.
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Terceirização de um dever cívico 
Existem veículos de mídia que terceirizam atividades não relacionadas diretamente com sua finalidade. E agem corretamente. Centralizam suas energias humanas e recursos financeiros naquilo que consideram fundamental ao melhor desempenho nas suas relações com o público. 
Existem outros, contudo, e não são poucos, que terceirizam responsabilidades objetivas, como a correta interpretação de fatos e a denúncia de males que afetam a vida social, política e econômica dos cidadãos. Estou descrevendo uma situação comum. Jornais, emissoras de rádio e de televisão vêm, cada vez mais, transferindo para pessoas físicas, colunistas, comentaristas, colaboradores, a tarefa de emitir opinião mesmo sobre assuntos da maior relevância. É uma terceirização aplicada em situações onde a opinião do próprio veículo deveria ser entendida como exigência natural. 
Quando o Diretório Nacional do PT, logo após a vitória da presidente Dilma na disputa para um segundo mandato, emitiu a Resolução que pode ser lida aqui, tudo que na mídia nacional se leu, assistiu e ouviu, salvo exceções, foi escrito, mostrado ou dito mediante autoria individual. Foi de modo terceirizado que a opinião pública recebeu informação e interpretação correta sobre o assustador conteúdo e significado do que foi resolvido pelo partido que nos governa.

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