Por
Reinaldo Azevedo
Quatro rabinos e um policial foram assassinados por dois palestinos
na sinagoga Kehilat Bnei Torah, no bairro ultraortodoxo de Har Nof, na parte
oeste de Jerusalém. Eles faziam suas orações quando os primos Ghassan e Uday
Abu Jamal invadiram o templo e mataram os cinco, ferindo outras sete. A dupla
estava armada com uma pistola, facas e machadinhas. Mushir al-Masri, porta-voz
do Hamas, classificou o atentado de "ato heroico", emendando: "Nós temos todo o
direito de nos vingar do sangue derramado por nossos mártires de todas as
formas possíveis."
Os religiosos mortos são Aryeh Kupinsky, Kalman Ze'ev Levine e
Moshe Twersky, os três com cidadania também americana, e o israelo-britânico
Avraham Shmuel Goldberg. Antes do ataque, eles gritaram o mantra do terror para
horas assim: "Allahu akbar" (Deus é o maior, em árabe). O mundo repudiou o
ataque, claro! Mas fiquemos atentos! Esse repúdio costuma existir até que
Israel responda ao terror. Tão logo o faça, começa a gritaria contra o país.
O terrorismo palestino tenta uma espécie de "intifada branca", não
declarada. O objetivo parece ser espalhar o medo entre cidadãos comuns, de
sorte que os israelenses nunca saibam de onde pode vir o perigo: de um ataque
como o desta terça, de um atropelamento, de uma agressão imotivada em espaços
públicos.
É preciso que a gente preste atenção à natureza do atentado: foi
realizado na parte judaica de Jerusalém, que não está submetida a nenhuma forma
de contestação. Não que um ato bárbaro dessa natureza se justificasse em
qualquer outro lugar. É claro que não! Realizado onde se deu, no entanto, revela
a natureza da causa.
A Frente Popular para a Libertação da Pelestina, grupo que o
organizou, não contesta a presença de judeus na Cisjordânia ou reivindica o
Estado palestino. Nada disso! Os terroristas querem o fim de Israel. Aquelas
pessoas morreram porque eram quem eram: judeus.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu
revidar o ataque. De imediato, mandou demolir a casa em que moravam os
terroristas, no bairro de Jabbar Mukabir, em Jerusalém Oriental, a 12 km da
sinagoga, e prendeu 13 parentes da dupla. Netanyahu acusou o Hamas e o
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, de incitar a
violência. Barack Obama, sem ter o que dizer, disse nada: pediu que os dois
lados sentem para conversar.
O que eu tenho a dizer? O óbvio: o Hamas e extremistas menores
forçam uma outra intifada, nos moldes conhecidos, para chamar Israel para uma
ação militar mais efetiva. Os celerados precisam de sangue para existir. O
mesmo sangue celebrado pelo porta-voz do Hamas. Abbas, que celebrou um acordo
com o grupo terrorista, assiste inerme à escalada da violência. E, tem razão
Netanyahu, a incita com palavras ambíguas.
Se alguém acha que Israel vai deixar o ataque barato, é porque não
conhece a natureza de um Estado cercado por inimigos de todos os lados. Não
vai. E, aí sim, a solidariedade de agora logo se transforma na condenação quase
unânime aos israelenses. Por alguma razão secreta, ou nem tanto, há quem ache
que judeus ficam bem no papel de cadáveres, enterrados por notas de
solidariedade. Mas basta que Israel se defenda para que a vítima se transforme
em algoz.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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