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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

"Lula e a percepção internacional"

Deu no "Ex-Blog do Cesar Maia":
1. Merece uma avaliação cuidadosa a percepção internacional sobre Lula. Os elogios; os destaques na imprensa, como Le Monde e Financial Times; o artigo de Zapatero, chefe de governo da Espanha; o "cara" declarado por Obama; tudo converge para um ano de consagração. Mas ao mesmo tempo, todas as demandas do Brasil por espaço nos órgãos internacionais foram amplamente derrotadas. Assim foi na Organização Mundial de Comércio (OMC), assim foi na Corte Internacional de Haia, como também deixada na gaveta a pretensão brasileira de mudança no Conselho de Segurança da ONU com um lugar permanente.
2. Colocando a lupa mais próxima aos fatos, o ano de 2009 começa com uma crise financeiro-econômica que projetava o risco de uma desestabilização política, além da econômica, pelos quatro cantos do mundo. A crise de 29 é exemplo disso e a Europa foi seu palco principal, na Alemanha, dando sustentabilidade ao regime italiano, reforçando o falangismo espanhol, o salazarismo, o bloco soviético... É uma memória viva.
3. O primeiro alívio veio com as eleições na Índia, em maio, com a vitória da aliança governista. O segundo veio com a eleição para o parlamento europeu com a vitória do PPE, de centro-direita. Obama apontou na direção da estabilidade política e os que imaginavam que traria mudanças políticas fortes, em pouco tempo entenderam que não era assim. As relações entre EUA, China e Rússia apostaram na estabilidade e deram visibilidade a isso.
4. Os riscos estavam concentrados na América Latina e especialmente no Brasil, por sua dimensão e repercussões na geopolítica regional e na economia. O Brasil precisava ser neutralizado e acomodado. E o sinal veio da primeira reunião oficial do G-20 para tratar da crise mundial. Recebido com pompas e circunstâncias por Obama, a apresentação de Lula por este como "esse é o cara" a outros líderes mundiais mostrou-se muito bem sucedida. Lula teve um comportamento convergente na reunião e ainda saiu reforçando o papel do FMI com aporte de capital.
5. Mas o artificial da projeção de Lula era tão evidente, que ele, em seguida, deveria dar sinais de independência para a esquerda. E assim foi em sua viagem à Venezuela, nas afirmações sobre as bases colombianas e os EUA, na intervenção -desastrada- do Brasil no caso de Honduras, e na visita do presidente do Irã. Tudo foi bem entendido pelos líderes dos EUA, França e Reino Unido, que se mantiveram silenciosos e compreensivos.
Postado em Itabuna

Um comentário:

Unknown disse...

Tem petista comemorando a aparição de Lula no Financial Times, dentre os 50 mais populares...Ahmadinejad, Osama Bin Laden, Bush e outros lá estão. Querem enganar o povão, como se esta fôsse uma lista de pessoas "virtuosas"...
E êle continua na defensiva, full time, querendo provar sua superioridade sôbre o seu antecessor...é muita insegurança do "cara"! Sabe que não se garante, razão de seuss ataques e grosserias à oposição. Seu maior temor,hoje, é de não conseguir eleger a sua "megera indomável"; só assim, teria o seu terceiro mandato, indiretamente.