Foto: Divulgação
"Salve Geral", de Sérgio Rezende, só tem um mérito: mostra com clareza o violento poder exercido pelos criminosos. Lembra os ataques que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) - no filme, apenas "o Partido" -, promoveu em São Paulo, em 2006. As palavras de ordem dos criminosos estampadas no filme - "Paz, Justiça, Liberdade" estão pelo avesso, pois os líderes pregam violência gratuita e injustiça, com disputas, manipulações, traições, execuções, crueldades.
A banalização da violência está no filme - "a violência é o natural", "pra tudo foi preciso violência", são duas frases que dão exemplo dos diálogos. "Salve Geral" romantiza - até o amor é bandido - e faz sociologia com o crime e a violência, sem conseguir interação com o espectador, pois falta foco definido e reflexão sobre a questão. Dá até para pensar que faz apologia ao crime organizado, como muitos já comentaram.
Em nenhum momento o filme aborda o ponto de vista da população de São Paulo afetada durante a ação criminosa. Para manter o viés proposto, as autoridades são caricaturizadas.
O público não tem sido atraído pelo filme ao cinema. Sessão de preço único na noite de quarta-feira, 21, no Orient Cineplace, não contou com mais de 40 pessoas. Em três semanas no país, pouco mais de 230 mil espectadores. Em Feira de Santana, só fica em cartaz até esta quinta-feira, 22.
Resta lamentar que "Salve Geral", um filme tão ruim, tenha sido escolhido para representar o país na tentativa de indicação da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
3 comentários:
Comentário direto. O filme é muito simpático ao crime. E não tem qualidade para disputar Oscar.
A personagem de Andrea Beltrão é inconsistente. Viúva, mãe de um rapaz que não faz nada e que comete um crime "sem querer". Depois, "sem saber", se envolve com o crime e com um líder do movimento no primeiro encontro.
Se o filme fosse americano você ia gostar.
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