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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"Pela liberdade do Congresso Nacional"

Nota da Liderança do Democratas
Depois da decisão tomada pelo presidente Lula em requerer urgência constitucional para os projetos que tratam do pré-sal, o presidente da Câmara, Michel Temer, convocou uma reunião restrita aos líderes partidários, onde todos tiveram oportunidade de discutir a matéria. Com diversos argumentos apresentados, tanto pelos líderes da base do governo quantos pelos da Oposição, ficou clara a necessidade de mais tempo para discutir a matéria.
A urgência constitucional restringe a inclusão de emendas em apenas cinco sessões ordinárias, sendo que restam apenas três para o fim do prazo. E cada parlamentar precisa ainda de 103 assinaturas. É inadmissível o relator ter o prazo de duas sessões e meia apenas para apresentar seu relatório em cada comissão. Além dessas argumentações sobre a necessidade de tempo para uma matéria complexa, os líderes destacaram a necessidade de promover audiências públicas, comissões gerais e debates com a sociedade para aprofundar o conhecimento sobre o tema.
Além da Oposição, vários líderes da base, num gesto maior no sentido de mostrar que nós não queremos voltar a um clima de enfrentamento na Casa, mas sim de um debate produtivo, entenderam e se posicionaram favoráveis à retirada da urgência. Um dos governistas inclusive trouxe um argumento forte de que a base do governo é majoritária e que, se existisse qualquer pretensão de procrastinação de votação, eles poderiam requerer a urgência urgentíssima para aprová-la de imediato
Essa atitude do presidente Lula mostra mais uma vez o desrespeito que ele tem com o Congresso Nacional. Lula aprendeu a desrespeitá-lo no decorrer desses anos e ultimamente esse processo vem se agonizando a tal ponto de consumir 22 meses para redigir os textos dos quatro projetos do pré-sal e, no entanto, impor à Casa que representa os brasileiros o prazo máximo de 90 dias.
Todos devem ter observado que o presidente Lula só reúne o Conselho Político para dar ordens, como se o Congresso fosse autarquia do Palácio do Planalto. E não foi apenas esse caso. Todos se assustaram quando o presidente se reuniu com as centrais sindicais para decidir sobre reajuste de aposentadorias e fator previdenciário sem convidar qualquer partido
A atitude do presidente Lula é semelhante ao que foi praticado na ditadura, quando assinaram o Ato Institucional 5 e fecharam o Congresso Nacional. Ao manter a urgência, Lula cerrou as portas da Câmara e do Senado com uma matéria que nada tem de urgente. O único objetivo dele é calar o debate e impor goela abaixo o que ele e o seu marqueteiro Franklin Martins desejam: sancionar projetos de olho em 2010 para tentar alavancar uma candidatura náufraga, que é a da ministra Dilma Rousseff.
O Democratas reafirma sua posição de obstrução plena em comissões e plenário. A única concessão será a lei eleitoral. E conclama entidades de classe e segmentos da sociedade que nos auxilie neste momento para não deixar que o Congresso seja transformado numa peça acessória do executivo. Pela liberdade do Legislativo, pelo respeito às regras democráticas, pela oportunidade do debate, pedimos o apoio de todos neste momento em que fomos duramente cerceados com essa atitude populista, antidemocrática e truculenta.
Ronaldo Caiado
Líder do Democratas na Câmara

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