No "Blog Reinaldo Azevedo", a postagem "Vês? Ninguém assiste à breguice de tua última quimera! Ou: eu gosto de patrulhar o Jabor porque ele fica bravo!":
Viram só? Fiz um plágio de Augusto dos Anjos, hehe…
A imagem acima está na primeira página de hoje da Folha de Londrina. Mostra um cinema gigantesco - que eu saiba, não existem mais salas assim em São Paulo - ocupado por meia-dúzia de pessoas de boa vontade. Nome do filme: “Lula, o Filho do Brasil“. Coloque uma banca da rua e prometa injeção no olho de graça. Vai juntar mais gente.
Foi posta a serviço desse filme a mais gigantesca máquina de propaganda jamais havida no Brasil. E nada consegue tirá-lo do buraco. Eu ainda não vi. Mas estou quase lá. Depois eu conto como é que é e tento explicar as razões da flopada.
Mandam-me aqui o link do comentário de Arnaldo Jabor na CBN rasgando elogios ao filme. Huuummm… Juro que farei uma avaliação técnica também. Mas não preciso ver a fita para saber que a crônica de Jabor está equivocada. Ele começa elogiando o produtor Luiz Carlos Barreto. Sem Barretão, diz o cinema brasileiro já teria virado pó há muito tempo. Jura, Jabor? Pois é. Então ele já merecia ser criticado por isso, hehe.
A crítica de Jabor é corporativa e faz uma coisa que detesto: ele evoca a sua autoridade de avaliador isento - já que comprometidos e ideológicos são os outros, claro!, aqueles que discordam dele. Pode haver simplismo argumentativo mais facinho? E o que prova a sua independência? Ele se diz um crítico freqüente do governo Lula, e isso tornaria o seu juízo sobre o filme acima das suspeitas que pesam sobre aqueles que não gostaram da obra. Ok. Não se deve cobrar lógica de Jabor.
Na seqüência, recorre a um outro vício de pensamento típico do século passado: ataca a esquerda bolchevista e a direita reacionária e procura sair por cima. Trata-se de um dos mais manjados truques do debate: chame aqueles que discordam de você de “extremistas” e ocupe o centro, o lugar do bom senso. Covenham: isso dá uma preguiiiça!!!
Na ânsia de elogiar, Jabor chega a dizer que Glória Pires é uma das nossas mais destacadas atrizes de TV, cinema e teatro. A moça nunca pisou num palco. É conhecida a sua firme determinação de… não fazer teatro. Segundo Jabor, a pirataria estaria prejudicando o filme. É mentira! Uma mentira de fato e uma mentira conceitual. Mentira de fato: nem os camelôs se interessaram pelo dito-cujo porque não há demanda. Jabor precisa botar o pé na rua. Mentira conceitual: pirataria, por incrível que pareça, prejudica pouco o desempenho de filmes que caem no gosto do público. O filme mais pirateado da história do cinema nacional é Tropa de Elite. Foi um estouro de bilheteria. Intuo que a pirataria alavancou os cinemas. É dos poucos filmes que me fariam lamentar se o cinema brasileiro tivesse virado pó. Avatar já inundou as cidades. Fui ver no sábado (depois falo a respeito). O cinema estava fervendo.
Barretão já tentou de tudo: sindicatos, centrais sindicais, distribuição gratuita de ingressos, anúncios da TV exaltando Lula, anúncios da TV com Glória Pires exaltando Dona Lindu, merchandising em novela… Agora, há o testemunho de profissionais do ramo, como Jabor, que tem a “autoridade” de ser crítico do governo Lula. Esgotadas as chances de fazer a coisa dar certo com os puxa-sacos de hábito, o negócio é apelar a quem tem fama, que sempre achei injustificada, de opositor.
Sobre o fato de o filme ter sido concebido como peça de propaganda eleitoral, com a coordenação comprovada do ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, e o financiamento de empresas com interesses no governo, Jabor não diz uma vírgula. Aliás, diz, sim: acha que a referência às empresas que bancaram a obra é sinal de atraso mental ou sei lá o quê. Seria, sim, se a grana para os cineastas, sem a Lei Rouanet, brotasse fácil. Mas não brota. Que eu saiba, o próprio Jabor decidiu voltar a filmar. Está nadando na bufunfa, como Barretão?
ATENÇÃO!
Jabor pode gostar do filme à vontade. Não é proibido. Mas tem de dizer por quê, além daquela cascata de que os atores, a iluminação, o figurino etc são bons. Há verdadeiras porcarias que exibem excelente técnica. Sem essa! Escreva aí, Jabor: por que o filme é bom?
Esse negócio de desqualificar os críticos de “esquerda e de direita”, transformando, então, o suposto centro num juízo certo de nascença é picaretagem argumentativa. Reivindicar o centro não dá razão a ninguém.
Aquela sessão de Londrina é do último domingo à tarde, um bom horário para os cinemas, no Cine Com Tour.
Ah, sim: eu gosto de patrulhar o Jabor porque sei que ele fica bravo, rá, rá, rá.
A imagem acima está na primeira página de hoje da Folha de Londrina. Mostra um cinema gigantesco - que eu saiba, não existem mais salas assim em São Paulo - ocupado por meia-dúzia de pessoas de boa vontade. Nome do filme: “Lula, o Filho do Brasil“. Coloque uma banca da rua e prometa injeção no olho de graça. Vai juntar mais gente.
Foi posta a serviço desse filme a mais gigantesca máquina de propaganda jamais havida no Brasil. E nada consegue tirá-lo do buraco. Eu ainda não vi. Mas estou quase lá. Depois eu conto como é que é e tento explicar as razões da flopada.
Mandam-me aqui o link do comentário de Arnaldo Jabor na CBN rasgando elogios ao filme. Huuummm… Juro que farei uma avaliação técnica também. Mas não preciso ver a fita para saber que a crônica de Jabor está equivocada. Ele começa elogiando o produtor Luiz Carlos Barreto. Sem Barretão, diz o cinema brasileiro já teria virado pó há muito tempo. Jura, Jabor? Pois é. Então ele já merecia ser criticado por isso, hehe.
A crítica de Jabor é corporativa e faz uma coisa que detesto: ele evoca a sua autoridade de avaliador isento - já que comprometidos e ideológicos são os outros, claro!, aqueles que discordam dele. Pode haver simplismo argumentativo mais facinho? E o que prova a sua independência? Ele se diz um crítico freqüente do governo Lula, e isso tornaria o seu juízo sobre o filme acima das suspeitas que pesam sobre aqueles que não gostaram da obra. Ok. Não se deve cobrar lógica de Jabor.
Na seqüência, recorre a um outro vício de pensamento típico do século passado: ataca a esquerda bolchevista e a direita reacionária e procura sair por cima. Trata-se de um dos mais manjados truques do debate: chame aqueles que discordam de você de “extremistas” e ocupe o centro, o lugar do bom senso. Covenham: isso dá uma preguiiiça!!!
Na ânsia de elogiar, Jabor chega a dizer que Glória Pires é uma das nossas mais destacadas atrizes de TV, cinema e teatro. A moça nunca pisou num palco. É conhecida a sua firme determinação de… não fazer teatro. Segundo Jabor, a pirataria estaria prejudicando o filme. É mentira! Uma mentira de fato e uma mentira conceitual. Mentira de fato: nem os camelôs se interessaram pelo dito-cujo porque não há demanda. Jabor precisa botar o pé na rua. Mentira conceitual: pirataria, por incrível que pareça, prejudica pouco o desempenho de filmes que caem no gosto do público. O filme mais pirateado da história do cinema nacional é Tropa de Elite. Foi um estouro de bilheteria. Intuo que a pirataria alavancou os cinemas. É dos poucos filmes que me fariam lamentar se o cinema brasileiro tivesse virado pó. Avatar já inundou as cidades. Fui ver no sábado (depois falo a respeito). O cinema estava fervendo.
Barretão já tentou de tudo: sindicatos, centrais sindicais, distribuição gratuita de ingressos, anúncios da TV exaltando Lula, anúncios da TV com Glória Pires exaltando Dona Lindu, merchandising em novela… Agora, há o testemunho de profissionais do ramo, como Jabor, que tem a “autoridade” de ser crítico do governo Lula. Esgotadas as chances de fazer a coisa dar certo com os puxa-sacos de hábito, o negócio é apelar a quem tem fama, que sempre achei injustificada, de opositor.
Sobre o fato de o filme ter sido concebido como peça de propaganda eleitoral, com a coordenação comprovada do ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, e o financiamento de empresas com interesses no governo, Jabor não diz uma vírgula. Aliás, diz, sim: acha que a referência às empresas que bancaram a obra é sinal de atraso mental ou sei lá o quê. Seria, sim, se a grana para os cineastas, sem a Lei Rouanet, brotasse fácil. Mas não brota. Que eu saiba, o próprio Jabor decidiu voltar a filmar. Está nadando na bufunfa, como Barretão?
ATENÇÃO!
Jabor pode gostar do filme à vontade. Não é proibido. Mas tem de dizer por quê, além daquela cascata de que os atores, a iluminação, o figurino etc são bons. Há verdadeiras porcarias que exibem excelente técnica. Sem essa! Escreva aí, Jabor: por que o filme é bom?
Esse negócio de desqualificar os críticos de “esquerda e de direita”, transformando, então, o suposto centro num juízo certo de nascença é picaretagem argumentativa. Reivindicar o centro não dá razão a ninguém.
Aquela sessão de Londrina é do último domingo à tarde, um bom horário para os cinemas, no Cine Com Tour.
Ah, sim: eu gosto de patrulhar o Jabor porque sei que ele fica bravo, rá, rá, rá.
Um comentário:
Jabor tá de brincadeirinha e é claro que êle não gostou, já que diz ter bom gôsto. Também, Reinaldo quer que êle fale mal dos amigos Barretões? Parece que não entende,rs...se êle achasse esta porcaria minimamente boa, não iria ficar cercando com desculpas do tipo "...mas a iluminação e os atores são bons..." e Jabor já brincou uma vez, dizendo que "amigo meu não tem defeito".Mui amigo!!
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