Por Reinaldo Azevedo
O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve saber que não tem salvação. Se não for cassado
pelos seus colegas, perderá o mandato porque condenado pelo STF. Se não der
tempo de ser condenado neste, será no próximo se for reeleito.
Sim. É tudo verdade:
– ele certamente não é o chefe do petrolão;
– ele já foi denunciado duas vezes, e os demais políticos, nenhuma:
– quando a investigação diz respeito a ele, tudo anda mais depressa;
– ele se transformou na figura mais importante de um esquema que era liderado pelo PT;
– e, obviamente, isso não faz sentido.
– ele certamente não é o chefe do petrolão;
– ele já foi denunciado duas vezes, e os demais políticos, nenhuma:
– quando a investigação diz respeito a ele, tudo anda mais depressa;
– ele se transformou na figura mais importante de um esquema que era liderado pelo PT;
– e, obviamente, isso não faz sentido.
Mas não é menos verdade
que as evidências contra ele são devastadoras. É preciso saber a hora em que as
coisas não têm retorno.
Se Cunha pode fazer por
seu mandato (este ou o próximo), pode ainda prestar um favor ao país deixando
que o Congresso decida o futuro do governo Dilma.
Enquanto for presidente
da Câmara, está nas suas mãos - e exclusivamente nas suas mãos - deferir ou não
a denúncia que será apresentada pela oposição na terça-feira. O Supremo cassou,
como se sabe, o direito que tinha - e, segundo o Regimento Interno da Câmara,
tem - a oposição de recorrer.
Lula se oferece para
salvá-lo. Com os votos dos petistas, dos peemedebistas e de outros eventuais
aliados, Cunha até pode se safar no Conselho de Ética e, eventualmente, em
plenário, embora isso pareça a cada dia mais difícil.
Se a dinâmica dos fatos
e da investigação vai escrever a sua biografia, que não seja ele o coveiro da
possibilidade de Dilma responder por seus atos. Se alguém tem de enterrar essa
possibilidade, que seja, então o Congresso - num primeiro momento, a Câmara.
Cunha foi um bom
presidente da Casa até aqui e livrou o país de diabólicos pesares, como a
possibilidade de Dilma indicar mais cinco ministros do Supremo caso fique até
2018. Também ajudou a sepultar a absurda reforma política do PT, que Roberto
Barroso tenta levar adiante no Supremo, na base do tapetão.
Mas é preciso reconhecer
o momento em que não dá mais. Ou as autoridades suíças estão mentindo, e os
documentos que chegaram são todos falsos - não parece que seja o caso -, ou é o
fim da linha, e a insistência em manter o atual status não só não o ajuda como
faz mal ao país.
Parece que esse jogo ele
perdeu. Que não contribua para uma derrota do país e da democracia e permita
que o Congresso avalie a obra de Dilma. E isso, por vontade de ministros do
Supremo, só ele pode fazer. E só ele pode fazer não porque seja Eduardo Cunha,
mas porque é o presidente da Câmara.
Que Cunha acolha a
denúncia contra Dilma e deixe que o Estado de Direito siga o seu curso.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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