Por Reinaldo Azevedo
Sempre que o jornalismo
defende a legalidade democrática, eu fico feliz. É tal a frequência com que os
coleguinhas condescendem com o banditismo de grupos como MST, MTST e afins que,
bem, quando se fala em respeitar normas, eu até fico feliz.
Procurem no Google,
inclusive "imagens". Vejam quantas foram as vezes em que o gramado do
Congresso, a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes, enfim, foram
ocupados pelos ditos "movimentos sociais" - que são, claro!, de esquerda.
No ano passado, 200
ditos índios que vestem short Adidas e falam ao celular tentaram invadir a
Câmara dos Deputados. Um policial levou uma flechada na perna. Alguns falsos silvícolas
devem ter comprado um arco de brinquedo em algum camelô e se atrapalhado… Foram
recebidos por autoridades.
Também em 2014, o MST
feriu ao menos 30 policiais militares num confronto promovido na Praça dos Três
Poderes. Acabaram recebidos pelo governo. No dia seguinte, Gilberto Carvalho
apareceu num evento da turma.
Agora, há menos de uma
dezena de barracas de movimentos pró-impeachment no gramado do
Congresso. Lá estão representantes do Movimento Brasil Livre, do Vem Pra Rua e
do Revoltados Online.
Leio agora que - ó meu
Deus!!! - aquelas barracas são ilegais porque ato conjunto de 2001 da Câmara e
do Senado estabelece que "é vedada a edificação de construções móveis,
colocação de tapumes, arquibancadas, palanques, tendas ou similares" naquele
lugar. Como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a
instalação das barracas, e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado,
não, então logo surge a especulação de que Cunha só autorizou porque, afinal, quer
derrubar Dilma.
Vocês já leram, na
imprensa brasileira, alguma vez, contestação remota que fosse à ocupação de
espaços públicos por movimentos reivindicatórios de esquerda? Costumo protestar
sozinho. Costumo, solitariamente, lembrar que a Avenida Paulista, por exemplo,
é de todos, não apenas de sindicalistas, de esquerdistas e de bicicletistas…
Muitos coleguinhas me acham reacionário também por isso.
Olhem lá. As barracas
dos grupos pró-impeachment nem mesmo atrapalham a circulação de pedestres.
Nada! Mas já há quem lembre que aquilo é ilegal.
Santo Deus!
Em 2013, os celerados
ideológicos do MPL (Movimento Passe livre) - não confundir com o Movimento
Brasil Livre - promoveram manifestações país afora, brandindo aquela cascata do "não é pelos vinte centavos". Queriam passagem gratuita. Agora que o povo de
verdade ganhou as ruas, os burguesotes do capital alheio desapareceram. Vocês
viram na imprensa, além deste escriba e de mais uns dois ou três, a defesa do
direito que têm as pessoas de circular e não aderir ao movimento deles?
Pois é… Aquela turma deu
abrigo aos black blocs - ou todos eram da mesma facção, sei lá - que saíam por
aí quebrando tudo. Aquela turma foi recebida, reitero, em Palácio. O próprio
Carvalho o confessou.
Eu juro que li artigos
em jornal defendendo o que se chamava de "estética black bloc", como se aquilo
não fosse, à sua maneira, uma ética, só que do mal.
Renan, que sempre foi
condescendentes com todos os movimentos de esquerda para ver se passa a ser bem
tratado por jornalistas e pelo Ministério Público Federal (está conseguindo),
não concedeu a sua autorização.
Ele quer longe aquelas
pessoas que respeitam a lei e a ordem democráticas. No alto, duas imagens de
uma grande faixa que foi estendida no gramado do Congresso pedindo o impeachment
de Dilma.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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