Por Cesar Maia
1. Este Ex-Blog, dias atrás, divulgava a informação vazada do entorno do
Instituto Lula que o mais conveniente para Lula seria Dilma pedir licença por
doença. Temer assumiria a presidência e, em seguida, Lula e o PT partiriam para
a oposição. Dilma não perderia seus direitos. E haveria tempo suficiente para
organizar a campanha de Lula em 2018 como defensor dos pobres contra as medidas
neoliberais que estariam sendo introduzidas.
2. Mas
Dilma e seu entorno não teriam aderido a ideia, mesmo que para ser aplicada em
médio prazo. Dilma se abraçou com seu mandato e se tornou agressiva, cada vez
mais, dia a dia.
3. A
experiência política ensina que nunca se deve nomear um ministro que não se
pode demitir. É o caso de Joaquim Levy. Não que Dilma enfrente qualquer
resistência política relevante para tomar essa decisão.
4. O
problema é que a demissão, renúncia, ou mesmo a saída de Joaquim Levy por
qualquer motivo que seja, como se especulou no final da semana passada,
produziria um total descontrole da economia por refluxo dos atores econômicos:
as medidas de ajuste fiscal não teriam mais como serem aprovadas, explodiria o
dólar, cresceria a inflação, aumentaria o déficit público, os juros teriam que
acompanhar, Brasil perderia o grau de investimentos pelas agências que faltam,
aumentaria a relação Dívida/PIB, a recessão se tornaria mais rígida ainda, etc.
5. Todos
os dias, Lula e seu entorno na CUT e no PT repetem em coro que a política
fiscal é antipovo e que Levy é o responsável e que deve sair urgente, etc.
6. Ora,
se a saída de Levy desintegra de vez a economia e o governo Dilma, todos os que
trabalham para a derrubada de Levy, o que de fato querem é derrubar Dilma.
7. E quem
é o maestro da banda do fora Levy? Lula, que não pode ser acusado de ingênuo.
Ou seja, toda essa coreografia de Lula a favor de Dilma é evidente construção
de álibi para não ser cobrado como traidor depois. Lula trabalha todos os dias
para derrubar Levy, ou seja, derrubar DILMA.
8.
Elementar, meu caro Watson, diria Sherlock Holmes.
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