Por
Reinaldo Azevedo
Informei aqui
no dia 11 de fevereiro que o ex-presidente Lula andava pensando na criação de
um novo partido. Alguns acharam que eu estava ficando doido. Não! Era só uma
informação. Não que Lula pense em criar uma nova agremiação, com outro nome. A
coisa é um pouco diferente, segundo reportagem de Catia Seabra na 'Folha' deste
domingo. O Babalorixá de Banânina teria decidido importar do Uruguai o modelo
da Frente Ampla. Assim, para disputar o poder, o PT comporia uma grande frente
envolvendo partidos, sindicatos, ongs e movimentos sociais.
Ah, bom…
A ideia, parece evidente, é disputar a eleição dando destaque ao nome fantasia
da coalizão. Vamos ver. Em 2014, a coligação liderada por Dilma se chamou "Com
a Força do Povo"; a comandada por Aécio, "Muda Brasil", e a estrelada por
Marina Silva, "Unidos Pelo Brasil". Tais nomes apareciam no horário eleitoral
em letras minúsculas, apenas para justificar a soma dos tempos de cada partido.
As respectivas campanhas, no entanto, davam relevo às legendas. Mas nada
impedia os postulantes que fizessem praça da coligação.
Lula,
pelo visto, quer algo um pouco diferente. Ele pensa mesmo, vejam que esperto!,
é em mudanças da legislação eleitoral para que a eleição seja disputada por
aglomerados que não são partidos, entenderam? Assim, ora vejam!, sindicatos, ongs e movimentos sociais poderiam ir para as urnas. É uma piada. E o homem
propõe esse troço porque é um democrata? Não! O que ele pretende é esconder o
nome do PT, do qual as ruas, hoje, não podem nem ouvir falar. Ou posto de outro
modo: sua intenção é arrumar uns "laranjas" para atuar em nome do seu partido.
Incrível!
Os companheiros chegaram à fase em que buscam desesperadamente mecanismos para
tirar a população da jogada. O partido, como é sabido, luta pelo financiamento
público de campanha e pela aprovação do voto em lista - aquele em que o eleitor
escolheria apenas uma legenda, sem nem saber direito quais deputados estariam
indo para a Câmara. Agora, os valentes querem esconder até mesmo a… legenda!
Segundo
informa a 'Folha', Rui Falcão, presidente do PT, vê a tese com simpatia e quer
que ela seja debatida no 5º Congresso do partido, que acontece em junho, na
Bahia: "Vejo com simpatia a ideia de que, no bojo da reforma política, se abra
espaço para a criação de um movimento que leve à experiência como a da Frente
Ampla, no Uruguai, e a da Concertação, no Chile".
Ou por outra: o PT chegou ao poder brandindo a sua bandeira em todo canto. No quarto mandato presidencial, o partido concluiu que, para continuar no poder, precisa desesperadamente se esconder do povo.
Ou por outra: o PT chegou ao poder brandindo a sua bandeira em todo canto. No quarto mandato presidencial, o partido concluiu que, para continuar no poder, precisa desesperadamente se esconder do povo.
Combinar
com os adversários
Como se nota, Lula almeja mais do que simplesmente dar destaque ao nome fantasia de uma coligação. Agora ele propõe que "não partidos" - desde que comandados pelo "partido" - disputem a eleição. A lei vigente não permite essa excrescência, e o ex-presidente terá de convencer as demais legendas, especialmente o PMDB, de que isso é uma boa ideia. Ao longo da vida, este senhor tem razões de sobra para achar que tanto seus adversários como seus aliados são trouxas. Não creio que vá prosperar desta vez.
Como se nota, Lula almeja mais do que simplesmente dar destaque ao nome fantasia de uma coligação. Agora ele propõe que "não partidos" - desde que comandados pelo "partido" - disputem a eleição. A lei vigente não permite essa excrescência, e o ex-presidente terá de convencer as demais legendas, especialmente o PMDB, de que isso é uma boa ideia. Ao longo da vida, este senhor tem razões de sobra para achar que tanto seus adversários como seus aliados são trouxas. Não creio que vá prosperar desta vez.
Que
coisa, né? O partido está mais sujo do que pau de galinheiro e acha que o Brasil
precisa fazer uma reforma política que sirva para disfarçar essa sujeira. Não
passará.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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