Por Reinaldo Azevedo
Agora João Vaccari Neto,
ainda tesoureiro do PT, e Renato Duque, o homem de José Dirceu - o mais
eficiente consultor da Terra - que era diretor de Serviços da Petrobras já são
réus. O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra a dupla, oferecida pelo
Ministério Público. Os dois e outras 25 pessoas são acusados de corrupção e
lavagem de dinheiro. Duque e outros 14 são acusados ainda de formação de
quadrilha. Segundo a apuração, parte da propina foi paga a Vaccari na forma de
doações legais, entre 2008 e 2010 - o que significa que a campanha de Dilma
Rousseff pode ter recebido recursos da Petrobras.
Essa denúncia está
centrada em irregularidades em dois gasodutos e nas obras nas refinarias de
Paulínia (SP) e Araucária (PR), todas afeitas à área então comandada por Duque.
A roubalheira, no caso, está estimada em R$ 136 milhões. Moro acatou a
afirmação do Ministério Público segundo a qual o tesoureiro do PT sabia que a
doação oficial tinha origem em propina.
Pois é… Cresce a pressão
no partido para que Vaccari abandone a tesouraria da legenda, o que ele, até
agora, se nega a fazer. O desconforto no Palácio do Planalto também é grande. A
avaliação é que a permanência do homem no posto deixa Dilma mais perto da
crise. Afinal, ela é filiada ao PT, e este é um governo principalmente do… PT!
Como ter no comando de área tão sensível alguém que, agora, já é réu, contra
quem existe uma penca de testemunhos? No passado, com Delúbio Soares, a coisa
foi resolvida com mais celeridade. Vaccari está há um ano na mira e nada de se
mover.
Água suja com a criancinha
Pois é… Aos poucos, vai se firmando uma espécie de doxa, de verdade inquestionável, que, por incrível que pareça, converge para uma tese defendida pelo PT. Explico. Vaccari, como se lê acima, recebeu, segundo o Ministério Público, doações oficiais decorrentes do pagamento de propina.
Pois é… Aos poucos, vai se firmando uma espécie de doxa, de verdade inquestionável, que, por incrível que pareça, converge para uma tese defendida pelo PT. Explico. Vaccari, como se lê acima, recebeu, segundo o Ministério Público, doações oficiais decorrentes do pagamento de propina.
Augusto Mendonça, do
grupo Setal, entregou à Justiça Federal recibos de doações feitas ao PT entre
2008 e 2012. Na aparência, tudo legal. De fato, afirma, era dinheiro decorrente
de… propina. Usava-se, assim, o instrumento da doação legal para esconder o assalto
aos cofres da Petrobras.
Ora, diante de um quadro
como esse, é grande a tentação de concluir que a doação legal de empresas é a
mãe da safadeza, certo? É o que sustenta o PT, que quer extingui-la em sua
proposta de reforma política. É o que defende em entrevista à Folha nesta terça
Beto Vasconcelos, novo secretário nacional de Justiça, que acena com a
possibilidade da doação feita apenas por indivíduos, mas com limites.
Ah, bom! Então ficamos
assim: porque o PT andou pegando doações oficiais oriundas da corrupção e como
isso foi descoberto, então os companheiros agora querem mudar a lei. Em que
sentido? Ora, pretendem, pelo visto, criar um sistema em que não possam ser
descobertos jamais. E a melhor maneira de ver cumprido esse desiderato é
proibir todas as doações legais. Assim, elas poderão ser, finalmente, ilegais,
sem, deixar rastros. A política brasileira cairia na clandestinidade de vez.
Será realmente um
momento notável da estupidez humana se, pego com a boca na botija, a converter
propina em recibo oficial, o PT conseguir emplacar a sua tese da proibição da
doação de empresas privadas a campanhas. Aí, sim, o conjunto dos brasileiros
estará entregue a uma máfia.
Porque os petistas
Vaccari e Duque, entre outros, cometeram, segundo a denúncia, crimes asquerosos
no âmbito das doações legais de empresas, então há quem queira tornar ilegais
todas as doações. Assim o petismo quer ser, a um só tempo, o mal e o remédio. É
patético!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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