Por padre Luiz Carlos Lodi da Cruz
Assista ao vídeo:
http://youtu.be/2rREUfWwfXw
1. Existe algum partido da Igreja
Católica?
A Igreja, justamente por ser
católica, isto é, universal, não pode estar confinada a um partido político. Ela
"não se confunde de modo algum com a comunidade política" [2] e admite que os
cidadãos tenham "opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a
organização da realidade temporal" [3].
2. Então os fiéis católicos
podem-se filiar a qualquer partido?
Não. Há partidos que abusam da
pluralidade de opinião para defender atentados contra a lei moral, como o
aborto e a união de pessoas do mesmo sexo. "Faz parte da missão da Igreja
emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem
política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das
almas" [4].
3. O Partido dos Trabalhadores
(PT) defende algum atentado contra a lei moral?
Sim. No 3º Congresso do PT,
ocorrido entre agosto e setembro de 2007, foi aprovada a resolução "Por um
Brasil de mulheres e homens livres e iguais", que inclui a "defesa da
autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação
do atendimento a todos os casos no serviço público" [5].
4. Todo político filiado ao PT é
obrigado a acatar essa resolução?
Sim. Para ser candidato pelo PT é
obrigatória a assinatura do Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata
Petista, que "indicará que o candidato ou candidata está previamente de acordo
com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha como ao
exercício do mandato" (Estatuto do PT, art. 140, §1º [6]).
5. Que ocorre se o político
contrariar uma resolução do Partido como essa, que apoia o aborto?
Em tal caso, ele "será passível
de punição, que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido
com renúncia obrigatória ao mandato" (Estatuto do PT, art. 140, §2º). Em 17 de
setembro de 2009, dois deputados foram punidos pelo Diretório Nacional. O
motivo alegado é que eles "infringiram a ética-partidária ao ‘militarem’ contra
resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito da descriminalização do
aborto" [7].
6. O PT agiu mal ao punir esses
dois deputados?
Agiu mal, mas agiu coerentemente.
Sendo um partido abortista, o PT é coerente ao não tolerar defensores da vida
em seu meio. A mesma coerência devem ter os cristãos não votando no PT.
7. Mas eu conheço abortistas que
pertencem a outros partidos, como o PSDB, o PMDB, o Democratas…
Os políticos que pertencem a
esses partidos podem ser abortistas por opção própria, mas não por obrigação
partidária. Ao contrário, todo político filiado ao PT está comprometido com o
aborto.
8. Talvez haja algum político que
se tenha filiado ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava
assinando…
Nesse caso, é dever do político
pró-vida desfiliar-se do PT, após ter verificado o engano cometido.
9. Que falta comete um cristão
que vota em um candidato de um partido abortista, como o PT?
Se o cristão vota no PT
consciente de tudo quanto foi dito acima, comete pecado grave, porque coopera
conscientemente com um pecado grave. O Catecismo da Igreja Católica ensina
sobre a cooperação com o pecado de outra pessoa: "O pecado é um ato pessoal. Além
disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles
cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando,
aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os
impedindo, quando a isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal" [8]. Ora,
quem vota no PT, de fato aprova, ou seja, contribui com seu voto para que possa
ser praticado o que constitui um pecado grave.
Em síntese:
Um cristão não pode apoiar com
seu voto um candidato comprometido com o aborto:
- ou pela pertença a um partido
que obriga o candidato a esse compromisso (é o caso do PT)
-ou por opção pessoal.
*
[1] Extraído da edição n. 133
do boletim "Aborto. Faça alguma coisa pela vida", do Pró-Vida de Anápolis,
publicada em 12 de junho de 2010. Foram atualizadas as citações, de acordo com
o novo Estatuto do PT, assim como os endereços da Internet.
[2] Concílio Vaticano II,
Constituição Pastoral "Gaudium et Spes", n. 76.
[3] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral "Gaudium et Spes", n. 75.
[4] Catecismo da Igreja Católica, n. 2246, citando "Gaudium et Spes", n. 76.
[5] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. in: http://www.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf
[6] Estatuto do Partido dos Trabalhadores, redação final aprovada pelo Diretório Nacional em 09/02/2012, in:http://www.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL.pdf
[3] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral "Gaudium et Spes", n. 75.
[4] Catecismo da Igreja Católica, n. 2246, citando "Gaudium et Spes", n. 76.
[5] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. in: http://www.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf
[6] Estatuto do Partido dos Trabalhadores, redação final aprovada pelo Diretório Nacional em 09/02/2012, in:http://www.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL.pdf
[7] DN suspende direitos
partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso, 17 set. 2009, in: http://pt.jusbrasil.com.br/politica/3686701/dn-suspende-direitos-partidarios-de-luiz-bassuma-e-henrique-afonso
[8] Catecismo da Igreja
Católica, n. 1868.
* O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz é presidente do
Pró-Vida de Anápolis-GO
Um comentário:
Excelente análise, todo cristão tem que ler e refletir sobre isso. Há coisas que não podem ser deixadas de lado!
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