Um técnico e estudioso em mobilidade urbana, que prefere não ser identificado, enviou para o Blog Demais, a análise que se segue sobre o projeto Tri-Via expressa.
Ele explana sobre alguns pontos:
1. Custo: Com certeza é mais caro do que o metrô, em situação de
elevado. Uma linha de metrô (enterrado) e suas respectivas estações e trens,
custa em média em São Paulo R$ 134 milhões por km. A de superfície custa em
média metade disto, sem as desapropriações. E esta
solução da Tri-Via, tendo como proposta a versatilidade de ser utilizada
inicialmente por ônibus e a medida que ocorrer a necessidade, passar para
veículos sobre trilhos, tem o custo por quilometro acrescido, devido a esta
condição de utilização sob regime de carregamento diferente. Entendo que
as fundações e as estruturas precisariam ser executadas para a condição mais
desfavorável de carregamento, que necessariamente não é a de maior solicitação.
Algumas vezes a combinação de cargas diferentes, atuando em etapas de uso
diferentes, pode resultar na necessidade de uma estrutura mais robusta e por
consequência, mais cara. E não se pode esquecer do nível para pedestres e
bicicletas que tem a sua cota de custo nesta história. Assim o custo inicial de
implantação é muito grande para uma utilização bem futura.
2. Implantação: Outro erro clássico é que ao propor uma solução
evolutiva para transporte, os "gênios" esquecem da fase de troca de
sistema! Vejamos. Você implanta o sistema baseado em ônibus ou qualquer outro
sistema sobre rodas, constrói agora uma estrutura cara, mas põe um sistema de
veículos mais barato para ser utilizado por alguns anos e é claro desativa
todas as outras alternativas de locomoção. Como implantar os trilhos para a
fase seguinte (metrô, VLT etc) se a via está em uso? O que fazer com o tráfego
existente na via? Deslocá-lo para onde se a tal Tri-Via foi a solução
maravilhosa para o transporte da cidade?
3. Viabilidade: No site da Prado Valadares (empresa criadora do projeto)
está dito que as estruturas propostas por eles são viáveis por serem em parte
metálicas. Não é verdade. Estruturas metálicas têm o custo atrelado ao preço do
aço, que é uma matéria de exportação e assim tem valor flutuante e dependente
de fatores externos, como preço do dólar, demanda internacional etc. Assim, ora
o aço está mais caro ora mais barato do que o concreto armado. Temos recente
prova disto, com a passarela de Pituaçu, em Salvador, que o Governo do Estado
levou três anos para executar...
Resumindo, a solução é muito bonita, mas tem o seu preço e creio eu, que
é muito alto para uma cidade do porte econômico de Salvador ou Feira de
Santana. Ou será que pretendem convencer a presidente Dilma Rousseff a executar
esta Tri-Via feirense ao invés do trem bala do Rio de Janeiro para São Paulo?
Um comentário:
Em entrevista a um programa de radio hoje pela manha,o candidato José Neto disse:'O projeto TRI-VIA,é uma provocação para a cidade'lembrando q a cidade é todo um povo.'PROVOCAÇÃO'?
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