Editorial do jornal "Folha de S. Paulo", quarta-feira, 27:
Proibida de transmitir seu sinal aberto em 2007, a rede televisiva RCTV, de perfil crítico ao atual governo da Venezuela, teve agora o seu canal a cabo também suspenso, no último domingo.
Outras cinco emissoras foram retiradas das grades de programação no mesmo dia, por ordem do Executivo venezuelano, acusadas de descumprir a obrigação de retransmitirem "mensagens do governo".
De nada adiantou a Rádio Caracas Televisão recorrer judicialmente da obrigação de fornecer um palanque a mais ao presidente Hugo Chávez. Antes mesmo de haver decisão judicial, o corte do sinal foi imposto pelo governo da Venezuela.
O gesto autoritário, recorrente sob Chávez, reflete também as circunstâncias atuais de seu governo. A recessão econômica, a inflação crescente e a "cubanização" de serviços básicos - o país convive com racionamentos de água e energia - cobram seu preço político.
Enquanto, no início de 2009, a aprovação popular do governo alcançava 60%, ao final do ano o apoio caíra para menos da metade da população.
Acuado, Chávez tenta limitar a atuação da mídia, pois, num país de instituições carcomidas e cooptadas, o que sustenta o regime é sua ligação direta com as massas - para o que a imprensa livre é sempre um entrave.
É nesse objetivo que se inserem seus longos discursos, a tentativa de impô-los a todos os meios televisivos e também seu histrionismo.
Sempre que ameaçado, Chávez lança mão desses recursos para agitar e polarizar o país, com resultados às vezes trágicos. Desde anteontem, protestos favoráveis e contrários ao presidente já levaram à morte de dois estudantes.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, criticou a suspensão da transmissão dos canais de TV. Os governos dos Estados Unidos e da França também condenaram o cerceamento do direito à informação.
Do Itamaraty, nenhuma palavra. Após os surtos de exaltação em Honduras, o Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa.
Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele". E a "problemática" do governo Lula é adotar padrões opostos de reação, conforme sua proximidade ideológica com o agressor.
Proibida de transmitir seu sinal aberto em 2007, a rede televisiva RCTV, de perfil crítico ao atual governo da Venezuela, teve agora o seu canal a cabo também suspenso, no último domingo.
Outras cinco emissoras foram retiradas das grades de programação no mesmo dia, por ordem do Executivo venezuelano, acusadas de descumprir a obrigação de retransmitirem "mensagens do governo".
De nada adiantou a Rádio Caracas Televisão recorrer judicialmente da obrigação de fornecer um palanque a mais ao presidente Hugo Chávez. Antes mesmo de haver decisão judicial, o corte do sinal foi imposto pelo governo da Venezuela.
O gesto autoritário, recorrente sob Chávez, reflete também as circunstâncias atuais de seu governo. A recessão econômica, a inflação crescente e a "cubanização" de serviços básicos - o país convive com racionamentos de água e energia - cobram seu preço político.
Enquanto, no início de 2009, a aprovação popular do governo alcançava 60%, ao final do ano o apoio caíra para menos da metade da população.
Acuado, Chávez tenta limitar a atuação da mídia, pois, num país de instituições carcomidas e cooptadas, o que sustenta o regime é sua ligação direta com as massas - para o que a imprensa livre é sempre um entrave.
É nesse objetivo que se inserem seus longos discursos, a tentativa de impô-los a todos os meios televisivos e também seu histrionismo.
Sempre que ameaçado, Chávez lança mão desses recursos para agitar e polarizar o país, com resultados às vezes trágicos. Desde anteontem, protestos favoráveis e contrários ao presidente já levaram à morte de dois estudantes.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, criticou a suspensão da transmissão dos canais de TV. Os governos dos Estados Unidos e da França também condenaram o cerceamento do direito à informação.
Do Itamaraty, nenhuma palavra. Após os surtos de exaltação em Honduras, o Brasil não vê razão para manifestar-se diante dos ataques do chavismo à imprensa.
Para a ministra Dilma Rousseff, Chávez "faz isso em função da problemática dele". E a "problemática" do governo Lula é adotar padrões opostos de reação, conforme sua proximidade ideológica com o agressor.
Um comentário:
O mundo inteiro está contra êste ditador imbecil, a não ser os seus habituais amigos, incluindo Lula e Dilma, que por mais que digam que são a favor da liberdade de imprensa, lá fora, nós aqui já temos provas que não.
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