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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

"ISRAEL - Logo vai ficar difícil para o petismo chamar de 'antissionismo' o que tem tudo para ser antissemitismo mesmo!"

Por Reinaldo Azevedo
A quantidade de desaforos que o Brasil produz contra Israel dá o que pensar. Parece que a suposta militância antissionista do governo petista assume tinturas, no fim das contas, de antissemitismo. Aliás, vamos ser claros: o antissemitismo costuma se dizer apenas um antissionismo por delicadeza eufemística, não é mesmo?
Qual é o busílis? O governo de Israel decidiu indicar Dani Dayan para embaixador no Brasil. O Palácio do Planalto, sempre por meio de Marco Aurélio Garcia, o ministro oficial dos Desastres Exteriores, fez chegar àquele país o seu descontentamento, já que Dayan, argentino naturalizado israelense, é considerado um representante dos colonos da Cisjordânia e não tem simpatias pela criação do estado palestino, defendido pelo governo brasileiro.
Vamos lá. O Palácio do Planalto tem todo o direito de gostar deste ou daquele. E de não gostar também. Mas, salvo engano, o embaixador de Israel no Brasil defenderá os interesses de… Israel em nosso país - que é o que costumam fazer os embaixadores, ora essa! Desde quando o representante de um estado é obrigado a abraçar a pauta daquele país para o qual é enviado? Isso é uma sandice!
É claro que há protocolos nessas coisas. Não é raro que dois países tenham dissensões, embora mantenham relações diplomáticas. É evidente que não se vai enviar para o território com o qual há um contencioso importante alguém que seja flagrantemente contrário a qualquer forma de diálogo e que só acredite na linguagem do confronto - que vem a ser o contrário da diplomacia.
Mas não é o caso. Ainda que o Brasil tenha as suas opiniões sobre o estado palestino - e tem, claro!, o direito a isso -, o representante de Israel em nosso território não tem de comungar dos mesmos princípios. Considerações dessa natureza expõem o primitivismo que hoje dá as cartas no Itamaraty.
Venham cá: o governo petista compartilha todos os pontos de vista do embaixador do Irã no Brasil? As opiniões dos embaixadores de Cuba e da Venezuela coincidem com as do Planalto? Acho que, nos três casos, prefiro nem saber a resposta. Ou melhor: acho que já sei.
O governo Dilma estrelou um vexame no ano passado quando, diante da escalada da violência entre israelenses e palestinos, emitiu uma nota em que censurou apenas Israel, ignorando os agressores palestinos e suas vítimas - judeus, é claro!
O vazamento das restrições ao nome do embaixador é mais uma das grosserias do governo brasileiro com um país amigo, ao qual os petistas se opõem de maneira sistemática. Dizer o quê? Os "companheiros" tratam aos pontapés a única democracia do Oriente Médio é a pão de ló todas as ditaduras muçulmanas. Isso os define.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

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