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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Efervescência cultural impossível de reeditar

No livro "O Teatro em Feira de Santana", de Geraldo Lima, a questão feita a mim: "O que falta ser feito para que se reedite a efervescência cultural que Feira de Santana experimentou em determinado período?"
Respondi: No período em que participei do movimento teatral, a preocupação era montar textos relevantes. Assim, Feira de Santana viu montagens de peças como do argelino Albert Camus - "Os Justos"; do francês Jean Genet - "As Criadas"; do espanhol Fernando Arrabal - "Piquenique no Front"; do carioca Gláucio Gil - "Toda Donzela Tem um Pai Que É uma Fera"; Mario Brasini - "A Guerra Mais ou Menos Santa"; Silveira Sampaio - "Só o Faraó Tem Alma", do pernambucano Nelson Rodrigues - "Viúva, Porém Honesta"; do paulista Walter Quaglia - "O Patinho Preto"; do baiano Dias Gomes - "A Revolução dos Beatos", entre outros autores.
O cinema, tanto no mercado exibidor, como na realização de filmes, bem como no estudo da sétima arte, era completamente diferente do que é atualmente.
Considero que o "teatro" que se faz em Feira de Santana nesses anos do terceiro milênio está sintonizado com a tendência baiana, de esquetes de humor duvidoso. Não é teatro, sim um arremedo.
Assim, creio que é praticamente impossível reeditar uma efervescência cultural como as dos anos 60 e 70, mesmo sem espaços para as encenações.
A imagem é de ensaio de "Cleóputo", que inaugurou o Teatro Margarida Ribeiro, na rua Carlos Gomes, em 29 janeiro de 1971. Foi uma criação coletiva coordenada por Antonio Miranda.

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