Por Augusto Nunes
Apenas
7% dos brasileiros com direito ao voto consideram bom ou ótimo o governo de
Dilma Rousseff, constatou a pesquisa monitorada diariamente pelo Palácio do
Planalto. Nunca antes neste planeta um governante eleito nas urnas despencou
para um índice tão desastroso ainda nos primeiros 100 dias de mandato. É mais
que um recorde mundial de impopularidade. É uma marca de tal forma
impressionante que só a própria campeã parece capaz de superá-la.
Cinco observações
comprovam que os 7% de Dilma equivalem a completar a prova dos 100 metros rasos
em 7 segundos:
1. Pela primeira vez
desde a invenção da pesquisa de popularidade, a taxa de aprovação do chefe de
um governo em seu começo coube num algarismo só.
2. Para descer a um
dígito, Dilma teve de reduzir a taxa de bom ou ótimo em 40 pontos percentuais
num período inferior a quatro meses.
3. A presidente
reeleita no fim de outubro com mais de 54 milhões de votos não iria além de 10
milhões neste começo de março.
4. Os 51 milhões que
votaram contra o PT no segundo turno vão chegando a 70 milhões.
5. Às vésperas
do impeachment, Fernando Collor desceu a 15% de bom ou ótimo - mais que o dobro
da marca da nova recordista.
Se o regime fosse
parlamentarista, o poste fabricado por Lula teria caído fora do Planalto duas
semanas depois da posse. Se o Código do Consumidor fosse incorporado à legislação
eleitoral, milhões de iludidos pela propaganda enganosa estariam exigindo aos
berros a devolução do voto desperdiçado num produto de quinta categoria. Como
nestes trêfegos trópicos vigora o presidencialismo imperial, Dilma e o PT
sonham com mais quatro anos de tapeação.
Apavorados com o
sucesso do programa Minha Cara, Minha Vaia, insones com as manifestações de rua
que ampliarão a campanha pelo impeachment ou pela renúncia da presidente, os
farsantes no poder vão decerto fingir que esses 7% são consequência da crise
econômica internacional. Nada a ver com a incompetência sem precedentes, nem
com a roubalheira monumental do Petrolão. É dura a vida de quem enfrenta a
elite golpista.
Os jornalistas
estatizados juraram até ontem que toda demonstração de hostilidade a Dilma é
coisa de gente rica, que usa panela francesa, tem a barriga cheia e odeia a
presença de ex-miseráveis em aeroportos. Segundo o coro dos colunistas
contentes, o que há é uma guerra movida pelos endinheirados contra os
desvalidos e os humildes, que continuam apaixonados por Lula e sua afilhada.
Se é assim, a
imprensa oficial logo enxergará o lado bom do recorde desmoralizante: visto de
perto, é uma prova que o lulopetismo cumpriu a promessa de acabar com os pobres.
Pelos números da pesquisa, entre os brasileiros que votam restam só 7%.
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