Por
Reinaldo Azevedo
Estejam
certos: nunca antes na história "destepaiz" se viu ou ouviu algo parecido. Não!
Erro! Nunca antes na história deste mundo! José Sérgio Gabrielli, o petista que
presidiu a Petrobras no período em que a empresa foi dominada por uma
quadrilha, fez uma declaração que só não chega a ser surpreendente porque vem
de quem vem. Segundo ele:
1: é impossível detectar corrupção na Petrobras;
2: ainda que tenha havido sobrepreço - leia-se: corrupção -, ele estava dentro dos parâmetros de mercado.
1: é impossível detectar corrupção na Petrobras;
2: ainda que tenha havido sobrepreço - leia-se: corrupção -, ele estava dentro dos parâmetros de mercado.
Assim,
Gabrielli acaba de dar duas contribuições fundamentais à área de produção,
administração e negócios. Aprendemos que:
1: existe uma corrupção que é orgânica. Se o mundo das empresas fosse um corpo, haveria o apêndice dos canalhas, que fazem parte do processo;
2: existe a corrupção de mercado.
1: existe uma corrupção que é orgânica. Se o mundo das empresas fosse um corpo, haveria o apêndice dos canalhas, que fazem parte do processo;
2: existe a corrupção de mercado.
Gabrielli
é um cínico. Não é de hoje. Ele tem um profundo desprezo pela inteligência
alheia e costuma argumentar com a mão no coldre, como se o fato de ser
agressivo o tornasse certo ou uma pessoa séria. Foi assim que arrancou risos de
escárnio quando insistiu que a compra da refinaria de Pasadena foi um bom
negócio, o que já foi negado por Graça Foster, ex-presidente da estatal.
Segundo o TCU, a operação rendeu um prejuízo à estatal de quase US$ 800 milhões.
Com
arrogância característica, Gabrielli atribuiu a impossibilidade de detectar
corrupção ao gigantismo da empresa. Assim, temos uma terceira lição: a
corrupção é diretamente proporcional ao tamanho do empreendimento. Uma birosca
da esquina sempre terá uma contabilidade honesta; já a Apple ou a Microsoft
mereciam figurar num dos círculos do inferno.
Mas há
mais: se, dado o tamanho da Petrobras, é impossível detectar corrupção, então
corrupta a Petrobras era e… continua a ser. Como se trata de uma empresa
pública e como não será privatizada, Gabrielli disse aos deputados que
continuaremos a ser roubados.
Que
grande contribuição a deste petista! É de tal sorte maldita sua herança na
Petrobras que a atual direção não consegue nem fechar um balanço. Aliás, fico
imaginando o que estão a pensar os investidores mundo afora depois das
declarações de Gabrielli. Qual deve ser o rating de uma empresa que não tem
como saber se alguns bilhões foram ou não para o ralo da corrupção?
De resto,
como esquecer? Em 2009, instalou-se uma CPI para investigar irregularidades na
Petrobras, inclusive na refinaria Abreu e Lima. Gabrielli e Dilma vieram a
público para detonar a comissão. Diziam que nada havia a apurar. Dilma chamou a
contabilidade da empresa de exemplar. Orçada originalmente em US$ 2,5 bilhões,
a refinaria de Pernambuco já custou em torno de US$ 20 bilhões.
Mas sabem
como é… Não dava para saber. Era a corrupção orgânica. Era, segundo Gabrielli,
a corrupção de mercado.
Que nojo!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário