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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Esquecendo de Lucas da Feira

Neste 2014, ninguém lembrou o bicentenário mais dez anos de Lucas Evangelista (1804-1849). Em Feira de Santana não comemoraram os 210 anos de nascimento de Lucas da Feira.
Os que defendem Lucas da Feira não fizeram lobby para tal finalidade. A data de seu nascimento, 18 de outubro, Dia de São Lucas - daí o seu nome em cima do calendário católico – passou em branco.
"Adeus Saco do Limão".
Muitos consideram Lucas da Feira como um temível chefe de um bando, terror de Feira de Santana e região durante 20 anos, um cangaceiro, um bandido cruel, que não merece nem ser lembrado e sim ser esquecido para sempre. Ele acabou condenado à forca.
Pelos seus feitos criminosos, Lucas tornou-se personagem da literatura, inclusive de cordel, até mitificado, como se fosse um Robin Hood sertanejo, que roubava dos ricos para dar aos pobres. Por ser negro, também virou símbolo de luta contra a escravidão.
Ele foi retratado em "Lucas, O Demônio Negro", romance folclórico de Sabino de Campos, em 1957, no "ACB de Lucas da Feira", cordel de Souza Velho, em "Lucas, O Salteador", de Virgílio Martins Reis e Artur Cerqueira Lima; e em "A Flor dos Romances Trágicos", de Câmara Cascudo.
O bandido Lucas da Feira nunca foi retratado no cinema brasileiro, que é tão afeito a personagens do cangaço e bem voltado para personagens marginais e bandidos. O cineasta feirense Olney São Paulo até que tinha projeto de fazer um filme sobre Lucas, mas morreu antes de concretizar o intento.
"Para findar o meu destino". 

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