Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Dona Dilma acha que o turista
não está interessado em levar um aeroporto na mala. Ele quer é sorrisos e
simpatia.
Lula declara-se espantado com o
desejo do torcedor de ter condução fácil para levá-lo aos estádios. Quem gosta
de futebol vai a pé e até descalço ver seu time jogar, como ele diz que fez
tantas vezes! Ou montado num jegue.
Depois de ler, abismada, as
declarações da dupla LuloDilma, e de refletir sobre sua genialidade, uma sirene
tocou em meu coração, alertando: vem cá, e a Fifa?
Pois é, e a Fifa? Para ela nada?
A Fifa foi presidida por um
brasileiro de 1974 a 1998. Nascido em 1916, o advogado João Havelange lidou
com não sei quantos governos brasileiros e como sempre fez parte da elite, com
certeza lhe é constrangedor dizer que não conhece os meandros de nossa
administração ou alegar que desconhece a qualidade da palavra empenhada pelo
Brasil.
Ele não era mais presidente da
Fifa em 30 de outubro de 2007, a data fatídica em que o Brasil foi formalmente
declarado sede do mundial de 2014. Mas era presidente de honra da entidade,
posto que largou em abril de 2013 por motivos nada suíços.
Seu sucessor, Joseph Blatter, foi
secretário-geral da Fifa durante muitos anos e custo a crer que nunca tivessem
conversado sobre o Brasil e, especialmente, sobre Lula e o PT. Papo quente, até
divertido, em volta de uma fondue e com um bom Fendant no copo
para brindar as gargalhadas.
O que o fez aceitar que em vez
de oito, o Brasil tivesse doze sedes para os jogos? Não viu logo que isso só
interessava ao Lula para ampliar o leque de influência do PT? Será que ele não
sabia que o Brasil não tem portos, aeroportos, transporte urbano, hospitais,
estradas de rodagem (ou ferrovias...), segurança nas ruas, em condições de
atender bem à sua população, que dirá ao grande número de torcedores que sempre
acompanham os times de seus países?
Não estou querendo livrar a
cara do Brasil. Aceitou as exigências da Fifa porque quis e sabendo que aquilo
tudo era impossível de cumprir. Aceitou alterar a Lei Seca nos estádios e até
chamar nossos estádios de Arenas. Curvou-se porque quis.
Mas estou interessada em que
outros países não se deixem levar pelo padrão Fifa de maldade. A Fifa tem entre
seus filiados países onde a miséria é dolorosa. Deus permita que seus
dirigentes se neguem a sediar Copas do Mundo ou que pelo menos digam não às exigências
absurdas da Fifa.
Que digam aos Blatters o que o
Lula nos disse: torcedor que é torcedor, vai a pé ou de jegue. O que nos leva a
outro detalhe: pode então sentar seu delicado traseiro em qualquer cadeira ou
arquibancada, não é? Para que estádios de luxo então?
Que a Fifa se convença, pois,
que a única exigência permitida é um bom gramado e vestiários que atendam bem
aos jogadores.
O Fuleco, ex-tatu-bola, vai
ajudar nisso: a Fifa há de perder seu estranho poder.
Fonte: "Blog do Noblat"
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