Por Felipe Moura Brasil
[Vamos fazer uma breve comparação entre o discurso dos detonadores recentes do PT e as novas falas do candidato Aécio Neves e do governador Geraldo Alckmin, do PSDB:
[Vamos fazer uma breve comparação entre o discurso dos detonadores recentes do PT e as novas falas do candidato Aécio Neves e do governador Geraldo Alckmin, do PSDB:
Ney Matogrosso:
"No PT é
muito mais visível a corrupção."
"O governo brasileiro está gastando bilhões de
reais para fazer esses estádios de futebol… Nos hospitais públicos, as pessoas
estão sendo jogadas no chão, em cima de um paninho. São imagens que você vê na
televisão, diariamente… Hoje em dia a saúde pública no Brasil é uma vergonha!"
"A educação no país é vergonhosa! Tem aí um
levantamento que se faz da educação no mundo, o Brasil é lá cento e cinquenta e
não sei quanto [no ranking]."
"Nós somos o país que mais paga imposto NO MUNDO!
Para onde vai o dinheiro desses impostos? Nós não temos nada! Esse dinheiro não
reverte em nada!"
"O transporte público é HORROROSO!"
"Então, como é que o povo pode estar satisfeito com
isso [só] porque tudo é Padrão Fifa? Então que seja Padrão Fifa para o povo
brasileiro, não para a Fifa!"
"Já que tinha tanto dinheiro disponível, por que
não resolver os problemas do nosso país? De transporte, de educação, de saúde…"
"A presidente Dilma agora, claro, a eleição está
chegando, ela disse que vai dar 10 reais a mais do Bolsa-Família…"
"Eu sou crítico. Tem que ser. Eu não posso estar
satisfeito com aquilo que eu vejo. Eu adoraria viver num país civilizado, com
direitos respeitados."
"Infelizmente, [este] é o Brasil que eu posso
falar. Eu adoraria estar aqui dizendo que tudo está maravilhoso, que o povo
está feliz, bem tratado, bonito e viçoso. Mas não é."
Romário:
"Eu, ao
contrário deles, jogo limpo."
"Visitei todas as cidades-sede da Copa e todas as
críticas que faço são com propriedade. Este país gastou MAIS do que deveria e
realizou MENOS do que era obrigação."
"Não souberam planejar, superfaturaram obras, não
entregaram as que prometeram, principalmente as de mobilidade, e agora, o
governo do PT, que superestimou o evento, está colhendo os frutos que plantou
com a revolta da população."
"O inimigo que este PT deveria atacar é a
corrupção. Alguém?"
"Não vão me calar! #MimimiPetista"
Roger:
"Hoje fui
atacado no Twitter pela militância virtual do PT, os chamados MAVs."
"Gente paga para militar. Gente que, na
impossibilidade ou incapacidade de defender suas ideias, ataca a
pessoa. Gente baixa, gente escrota…"
"Quem está me pagando é o povo, do qual eu faço
parte, através de um órgão do governo que, repito e enfatizo, não pertence a um
partido político, ao contrário do que querem acreditar esses canalhas que me
perseguem por eu exercer meu direito de pensar e me expressar livremente."
"E eu estou com o saco cheio dessa violência
indiscriminada, dessa luta de classes cruel e ignorante que vem sendo
incentivada de uns tempos pra cá."
Muito bem. Agora vejamos:
Geraldo Alckmin:
"Os nossos
adversários, o PT, estão fazendo a política do medo, a antítese da política,
porque política é esperança (…). É tempo de ética, honradez… É tempo de Aécio
Neves."
Quer dizer: de um lado, há o partido governante dizendo que todo mundo vai voltar a ser pobre se o
PSDB assumir o poder; do outro, tem o governador de São Paulo dizendo que isto
é a "antítese da política".
Uau. "Ui, ui, ui!" Que resposta contundente, não é mesmo? Só faltou
explicar ao povo o que é antítese. Só faltou escrever um manual de regras para
a campanha eleitoral. A reação do PSDB aos ataques petistas soam como a da
vítima que, no momento do estupro, diz ao estuprador que a etiqueta manda ele
não segurar assim seus cabelos.
Essa dita oposição (ô posiçãozinha!) ainda quer se vender como "ética" e cheia de "honradez" sem demonstrar aos brasileiros que os adversários são corruptos, cínicos, canalhas, ladrões em doses nunca antes vistas "nêsti paíf".
Desse jeito - fraca para desmascarar, fraca para ridicularizar -, só vai conseguir esclarecer mais uma vez o quanto é frouxa.
Essa dita oposição (ô posiçãozinha!) ainda quer se vender como "ética" e cheia de "honradez" sem demonstrar aos brasileiros que os adversários são corruptos, cínicos, canalhas, ladrões em doses nunca antes vistas "nêsti paíf".
Desse jeito - fraca para desmascarar, fraca para ridicularizar -, só vai conseguir esclarecer mais uma vez o quanto é frouxa.
Aécio Neves:
"Vocês imaginam esses partidos que hoje estão ao
lado do PT quando o PT perder a eleição? Ao lado para defender ideias? Não! O
que tem para amalgamá-los é o poder."
Outro dia, como comentei aqui, Aécio falou que o PT vive seus "estertores". Agora
fala que o poder é o que "amalgama" os partidos aliados. Em ano de eleição no
Brasil, isto sim é a "antítese da política". Quando é que o candidato e seus
partidários vão aprender a se comunicar de maneira clara, direta e objetiva com
os eleitores brasileiros? Ninguém precisa de um amplo vocabulário para mostrar
qualquer tipo de superioridade em relação à Dilma.
Mas eu amalgamo, tu amalgamas e Aécio não só amalgama, como ousa dizer
que o PT dá "quase um salvo conduto" a quem pratica desvios. Como assim "quase", senador? E por que não "licença para roubar" ou qualquer coisa
mais digerível pelo povo, sabendo-se que depois Lula ainda diz que o crime
sequer existiu?
Assim fica difícil, a menos que os desastres petistas derrotem o partido por si mesmos.
Mitt Romney, mesmo com o fracasso das políticas econômicas de Barack Obama a seu favor, perdeu as eleições americanas tratando o presidente como um amante da Constituição, com quem tinha apenas algumas divergências interpretativas, enquanto era tratado pelo Partido Democrata como alguém que odiava mulheres, queria a morte dos velhinhos e era o pior sujeito desde Mussolini. Aécio segue firme no mesmo caminho.
Além de descomplicar o discurso com Patrícia Secco, o candidato do PSDB precisa de umas aulinhas de firmeza e objetividade com Ney Matogrosso, Romário e Roger.
Assim fica difícil, a menos que os desastres petistas derrotem o partido por si mesmos.
Mitt Romney, mesmo com o fracasso das políticas econômicas de Barack Obama a seu favor, perdeu as eleições americanas tratando o presidente como um amante da Constituição, com quem tinha apenas algumas divergências interpretativas, enquanto era tratado pelo Partido Democrata como alguém que odiava mulheres, queria a morte dos velhinhos e era o pior sujeito desde Mussolini. Aécio segue firme no mesmo caminho.
Além de descomplicar o discurso com Patrícia Secco, o candidato do PSDB precisa de umas aulinhas de firmeza e objetividade com Ney Matogrosso, Romário e Roger.
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