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quinta-feira, 29 de maio de 2014

"João + Cultura - Industrialização"

Cartaz de "Cleóputo", peça que inaugurou o Teatro Margarida Ribeiro
Foto: Arquivo Blog Demais


Aos poucos e poucos vai se conseguindo definir a boa vontade de quem quer e a má vontade de quem não é legal. João Durval prometeu o teatro logo o início do seu governo. Não pode dar no momento exato em que queria. Indústria, indústria, indústria, estava na cabeça do homem. A cuca fundiu e fundiu certo. Ou indústria para Feira ou Feira viverá do passado. Indústria traz emprego e traz imposto para a nossa Prefeitura da Princesa do Sertão. É o elemento básico. É a estrutura. Da promessa do teatro surgiu o que queríamos. O Teatro Margarida Ribeiro. Pequeno. Bonitinho. Gostoso. Bom de se trabalhar com ele. Bom até de mastigar. Nós não queríamos, João, um elefante branco como o Castro Alves. Elefante branco ou o Belo Antônio: é bonito mas não funciona. O que nós queríamos mesmo é isto que está aí. Pra nós, João, você cumpriu o que prometeu. Deu o teatro da Feira de Santana. E o resto deixa sangrar como diz Caetano, a figura mais linda do nosso patropi. Os inconformados, por certo, vão dizer que queriam outra coisa maior, melhor e mais luxuoso. Porém quem faz esta joça deste teatro em Feira de Santana somos nós e portanto nós é quem temos a condição de avaliar se está bom ou se está ruim e está bom mesmo. Você é legal, João. Chega a ser bom demais. Traz em si aquele dom das pessoas que vivem para atender, para servir, para dizer sim. Não quer contrariar para não desgostar ninguém. Você, João, escolheu uma turma da pesada para lhe ajudar. Juraci (Dórea), Everaldo (Cerqueira) e Edson (Prado), a trilogia da santíssima curtição, da pesada. Este pessoal trabalhou com muito interesse. E trabalhou bem. Teve mais dois caras, João, gente sua e nossa. Começou com Faustino (Dias Lima), eta amigão... ret... e terminou com Araújo Freitas, o homem que disse que “o Teatro vai ser inaugurado mesmo”. Araújo também é bom. Não fosse Margarida, João, o teatro ia ter seu nome. O caso é que Margarida era boa demais pra gente. Ela era da nossa, mesmo. Sentia o que nós sentimos. E nós sabíamos, João, que você nos daria a liberdade de escolher o nome. Ela ficará com o nome na casa de espetáculo e você já está automaticamente ligado à história do teatro na Bahia, Feira é a maior cidade. Pra qui virão gentes e muitas gentes apresentar muita coisa no nosso palco. E foi você quem mandou fazer."

Texto assinado pela Equipe de "Cleóputo", peça que inaugurou o Teatro Margarida Ribeiro, em 1971. Está contido no programa do espetáculo.

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