Por Ricardo Setti
Um amigo da coluna
conhecedor do setor turístico da economia envia uma mensagem que vale a pena
registrar no blog. Vou manter seu anonimato porque o mais importante aqui é o
conteúdo, e não o mensageiro.
Vamos ao que ele diz:
A tese alimentada por
muitos incautos do setor que a Copa do Mundo de 2014 seria um grande negócio
para o turismo (ou especificamente para a hotelaria) nunca foi corroborada por
mim que, em varias publicações, já venho alertando para o assunto.
Hotéis de São Paulo têm
apenas 24% de suas vagas (em dias de jogos da Copa que ocorrerão na capital
paulista) reservados.
Semanalmente a Match
(agencia da Fifa que é responsável pela logística da Copa) devolve bloqueios de
vagas em hotéis aos fardos, por total e absoluto desinteresse do público do
exterior em vir ao Brasil.
Em nove dias que passei
recentemente na Ásia assisti a transmissões da BBC e de outras emissoras
internacionais todas as noites, por várias horas, em meu apartamento de hotel.
São noticiados os problemas do Brasil que direta ou indiretamente afetam a
realização da Copa (trânsito, obras inacabadas, escândalos políticos e
financeiros, criminalidade em favelas e cidades e ameaças de manifestações
durante o torneio).
O europeu há muito tempo
optou pela poltrona para assistir a Copa 2014.
A Copa será boa (talvez)
para a cidade do Rio de Janeiro e para a Fifa.
O que tivermos de hóspedes
serão basicamente turismo interno e as equipes profissionais que atuarão no
evento - 32 delegações com média de meia centena ou pouco mais de pessoas cada.
Negócios, feiras,
convenções, reuniões entre o dia 1º de junho e o dia 15 de julho 45 dias !!!)
são iguais a ZERO em todas as capitais.
Recebi mala direta de uma
grande rede de hotéis (clientes fidelidade) oferecendo tarifas promocionais a
meros 119 reais EM CIDADES-SEDE AO LONGO DE TODA A COPA DO MUNDO. Não existirão
tarifas estratosféricas, como foi tanto e tão seguidamente propalado pela
mídia.
Quem porventura já tiver
pago valores escorchantes com certeza irá pedir reembolso parcial.
Penso que no mundo da
aviação o caminho será semelhante.
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