Por Reinaldo Azevedo
A equipe que cuida do Twitter da presidente Dilma decidiu que ela
deveria fazer algumas considerações sobre a Campanha da Fraternidade de 2014 da
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Neste ano, a Igreja Católica
no Brasil decidiu denunciar o tráfico de pessoas.
A marquetagem de Dilma então recorreu ao Twitter: "Saúdo a
decisão da @CNBBNacional de se lançar na luta contra o #traficodepessoas". A
pessoa que escreveu em nome da presidente observou ainda que esse é um "crime
difícil de combater". Nem diga! Tanto é verdade que o governo do Brasil
está diretamente envolvido com a maior operação de tráfico de pessoas de que se
tem notícia no mundo hoje em dia. O Brasil é o comprador, e Cuba é o país
fornecedor. É evidente que me refiro aos médicos oriundos da ilha comunista.
Acaba de chegar uma nova leva de 4 mil.
Já são 11.400 os cubanos que aqui trabalham nas condições que
conhecemos: seus familiares não os acompanham; o salário é repassado ao
governo, que transfere apenas uma pequena parcela aos profissionais, que estão
impedidos de deixar o programa porque não têm autorização para exercer a
medicina fora dele. Cada um recebe hoje apenas US$ 400. Generosa, Dilma
quer que seu amiguinho Raúl Castro eleve esse valor para US$ 1 mil.
O ghost writer da presidente ainda filosofou sobre o tráfico de
pessoas: "Suas vítimas têm medo e vergonha de denunciar a prática. Por isto, é
decisiva a participação da sociedade por meio de campanhas como esta". Bidu! No
caso dos cubanos, há principalmente o medo, já que podem sofrer represálias do
governo ditatorial.
Uma das características do tráfico de pessoas é o trabalho análogo
à escravidão. A vítima tem dificuldades de romper os vínculos que a ligam aos
agressores. É precisamente esse o caso dos médicos cubanos, que podem ser
devolvidos a Cuba a qualquer momento.
O texto oficialista do Twitter afirma ainda: "Desde 2006 o Brasil
tem uma política nacional para combater esse crime que atinge, principalmente,
as mulheres jovens". Dilma se refere à exploração sexual. Ocorre que essa é
apenas uma das modalidades do tráfico de pessoas, segundo a campanha da CNBB. A
entidade lembra que há outras, como a extração de órgãos, a doação irregular de
crianças e, atenção!, os "trabalhos forçados". Eis aí. Esse é precisamente o
caso dos cubanos.
E deixo claro que, ao associar a forma como o Brasil contrata os
cubanos ao tráfico de pessoas, não estou tentando ser irônico ou recorrendo a
um exagero apenas para chamar a atenção para o fato. Trata-se literalmente
disso. Como sabem, gosto de números. Cada cubano custa ao país R$ 10 mil por
mês; no total, então, R$ 114 milhões - ou R$ 1,368 bilhão por ano. Convertido
esse dinheiro em dólares, na cotação de hoje, chegamos a US$ 589.401.120. A
cada médico, Cuba paga apenas U$ 400, ou R$ 928,4. Mensalmente, o desembolso da
ilha será US$ 4.560.000 - ou US$ 54.720.000 anuais. Atenção! A operação rende à
ditadura cubana US$ 534.681.120 - na nossa moeda: R$ 1.240.994.879,52. Ainda
que a ditadura aceite a proposta de Dilma, de elevar o ganho de cada médico US$
1 mil, o lucro de Raúl Castro com o tráfico de pessoas será de US$ 452.601.120 - R$ 1.050.487.199,52.
Nem o tráfico de drogas rende tanto, não é mesmo? E, como se sabe,
o comércio de pessoas, nesse caso, é bem mais seguro para quem compra - Dilma -
e para quem vende: Raul Castro. No caso de Cuba, rende a fama de país
exportador de mão de obra humanitária; no caso do Brasil, rende votos.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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